A oposição trouxe à discussão a criação da Unidade Local de Saúde em Guimarães, apelando a que Câmara acompanhe de perto a reorganização. Adelina Paula Pinto garante que estão a trabalhar com o Ministério da Saúde.
O presidente do PSD Guimarães, Ricardo Araújo, interpelou o executivo vimaranense acerca da criação da Unidade Local de Saúde em Guimarães admitindo receios quanto ao processo. “A obrigação do Município é acompanhar de perto, directamente esta reorganização e este estudo”, declara.
O vereador admite que os objectivos desta Unidade Local de Saúde (ULS) são, na sua génese, positivos: “ninguém tem razões para estar contra a sua criação, pelo contrário, faz sentido analisar, equacionar novas formas de organização dos serviços”. Ainda assim, alerta que o processo desta nova organização poderá trazer consequências negativas para os serviços de saúde públicos do concelho. “A reorganização dos serviços pode significar, por exemplo, a perda de centralidade dos serviços públicos de saúde em Guimarães face aos de Braga. Pode permitir uma gestão conjunta ou pode abrir portas para subalternizar a hierarquia de decisão dos serviços em Guimarães em relação a Braga”, acautela o social-democrata.
O presidente da Câmara, Domingos Bragança, legitimou esta preocupação, dando até como exemplo o recente apoio do Hospital Senhora da Oliveira ao Hospital de Braga, aquando dos sucessivos encerramentos do serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia. Segundo o edil, é “perversa” a alegada tentativa do Hospital de Braga de querer ficar com esses profissionais.
A vereadora com o pelouro da Saúde, Adelina Paula Pinto, admite que “é óbvio que nestes processos há alguém que vai perder centralidade”, mas garante: “aquilo que nós estamos a fazer, que o Sr. Presidente está a fazer é, politicamente, estar muito presente para que não se permita que esta centralidade se perca”.
“Foi uma das melhores notícias que tivemos nos últimos tempos”.
Ainda assim, a vice-presidente da Câmara mostra-se optimista e diz mesmo que a possibilidade desta ULS ser criada em Guimarães “foi uma das melhores notícias que tivemos nos últimos tempos”. Adelina Pinto explica que, actualmente, “não há uma articulação precisa entre urgências do hospital e dos centros de saúde” sendo que “só com esta articulação é que nós colocamos verdadeiramente o doente no centro da equação”.
Centro de Hemodinâmica
O vereador Ricardo Araújo trouxe, novamente, à discussão a questão do Centro de Hemodinâmica, agora previsto a começar a funcionar em Março de 2023, segundo o director executivo do Serviço Nacional de Saúde. Para o líder do PSD, o actual Governo “anda a brincar com Guimarães e com os vimaranenses” e confessa que esperava que Domingos Bragança tivesse “voz mais firme” a criticar esta matéria.
Em resposta, o presidente da Câmara revela: “A informação que disponho do Hospital Senhora da Oliveira, do presidente e da equipa de cardiologia, é que o centro já começou”. O autarca deu garantias de que a abertura deste serviço, no próximo mês de Março, é um dado adquirido.
Adelina Paula Pinto reconhece que este tem sido “um processo complicado e que foi apanhando muitas areias na engrenagem” e atesta que Guimarães “ficou muito penalizado ao longo destes anos”. Ainda assim, reitera o que foi dito por Domingos Bragança: “A decisão política está tomada. Agora é o domínio técnico, de olhar para a sala, formação. Temos de nos focar no serviço. Que vai melhorar o serviço de cardiologia”.
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