São dois Paulo’s e um Luís a reclamar a legitimidade de representação no distrito de um partido que deveria caber a uma estrutura e não a grupos de militantes.
A disputa pelo poder segue animada na secção local do PS vimaranense onde são agora mais claras as três tendências que dominam a vida partidária.
Paulo Silva (lista A), Paulo Renato Faria (lista B) e Luís Soares (lista C) são as caras principais das listas que vão procurar maior representação no congresso distrital. E cuja eleição se realiza amanhã, durante a tarde (13h00 às 21h00) na escola Francisco de Holanda.
A secção socialista de Guimarães continua, assim, inundada por uma divisão: não é ideológica, é do passado, do presente e promete continuar no futuro, e tem a forma de capelania com os seus capelões, cónegos, padres e diáconos.
Hoje, o PS é um partido muito católico e menos laico como defendia Mário Soares. A apetência por estar em tudo o que a Igreja mexe é mais que evidente: é nas procissões, é nas relações com a hierarquia, é nos organismos de influência religiosa.
Os militantes vimaranenses vão ter de escolher, de novo, num leque de “caras”, pessoas e dirigentes que formam a oligarquia socialista: no poder municipal (lista A), no poder no partido (lista C) – até às eleições de Outubro – e na até agora oposição ou alternativa (lista B) que virou poder em 8 de Outubro.
E vão decidir como as três listas absorverão os 124 delegados que representam o mundo socialista em Guimarães.
Neste confronto entre Paulo’s e Luís, há objectivos políticos bem claros – para além da representação e participação democrática na vida do partido. E da conquista do poder, na próxima eleição interna, se até lá não se diluirem as actuais tendências.
Se não os houvesse, certamente ter-se-ia chegado a um consenso, de fazer com que Guimarães se apresentasse a uma só voz no congresso distrital, num coro com barítonos, tenores e baixos de todas as tendências.
Paulo Silva, lista A, é a cara da facção de Sofia Ferreira e corre com objectivos específicos e pessoais. Para além de mostrar que a oposição está viva – é agora minoritária na comissão política – tem na mira o seu futuro político que pode passar por ser ele próprio a liderar os que estão ao lado do poder de Domingos Bragança, também em vias de extinção.
A sua lista é uma cópia a papel químico da lista de Sofia que se candidatou à comissão política. As baixas ou excepções são as de Nelson Felgueiras que ficou de fora e sua mulher que transitou para a lista de Luís Soares. E a aposta mantêm-se em núcleos de votantes bem definidos: os que ocupam poder municipal, Vítor Pais da freguesia de Briteiros Santo Estevão e Manuel Silva, de Guardizela.
No seu subconsciente almeja ser o tutor de uma estratégia de anulação do novo poder no PS vimaranense, reclamando uma legitimidade superior à que o voto dos militantes confirmou. E uma herança história para a qual pouco contribuiu.
Luís Soares, lista C, também aposta numa representação da sua facção agora metida entre dois blocos. Quer manter-se à tona da água, mostrando que ainda não se afogou no mar socialista e esbraceja procurando chegar a um barco de sobrevivência. Para além disso, o seu objectivo pessoal é manter-se como presidente da mesa da comissão política distrital, palco a partir do qual deseja recuperar o poder perdido no PS com as eleições para a concelhia.
Na sua lista estão os seus indefectíveis apoiantes e Elsa Ribeiro, mulher de Nelson Felgueiras e os habituais João Miranda, Alberto Mota, Jorge Pereira e João Ribeiro.
Por fim, Paulo Renato Faria, um homem que muitos temem no próprio PS, com um historial largo de colocar no pedestal algumas estrelas socialistas, mais ou menos cintilantes. Não é ele que divide o partido porque representa o poder em vigor e com essa legitimidade de representação ainda estendeu a mão às restantes facções para uma lista de delegados conjunta.
A sua lista também repete nomes, do último acto eleitoral, tal como Raúl Rocha, Francisco Teixeira, Conceição Castro, José Fernandes, Gabriela Nunes, Domingos Forte, Sérgio Silva e Vítor Oliveira.
Há 2400 militantes que podem votar mas as expectativas de votação serão inferiores ao anterior acto eleitoral interno.
O PS Guimarães – que tem o maior número de delegados no congresso (124 em 450) – poderá chegar a Braga, a 19 de Novembro, com uma representação fraccionada, perdendo a sua força natural no seio da Federação e afirmando a força das suas claques.
📸 GA!
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