O CEO da Selectiva Moda, associação organizadora do evento, deu-nos conta das mudanças do local do maior salão nacional da fileira têxtil e das perspectivas para o futuro quando em Setembro se comemoram os 30 anos do evento.
O Modtissimo deu brilho ao made in Portugal numa edição marcada por muitos negócios e algumas iniciativas paralelas que abordaram temas ligados à fileira têxtil. Abriram as portas de tendências decorrentes do pós-pandemia. Em debate, estiveram questões ligadas a grandes temas, como a digitalização, a economia circular ou a bioeconomia. E o metaverso. Tudo num ambiente de negócios suficiente para aquecer a Exponor.
É uma sensação estranha mas confortável porque aqui na Exponor sente-se um novo Modtissimo…
Lembra-nos quase o início deste salão, pois na 3ª edição, começamos a organizá-lo aqui, durante 10 anos. E só um desencontro de datas e consequente disponibilidade de pavilhões, fez com que a feira andasse de maço para cabaço.
O aeroporto Sá Carneiro e a Alfândega, os locais mais recentes, já não satisfaziam a sua organização?
Era evidente o embaraço que sentíamos nesses locais e mesmo na Alfândega onde os corredores já estavam apinhados. O crescimento do Modtissimo como salão regional e nacional foi crescendo para suscitar interesse internacional. E a mudança era inevitável.
Uma mudança bem aceite pelos expositores?
Curiosamente sempre que há mudanças, há quem goste e quem desgoste. Neste caso a reacção foi apenas positiva e motivou até alguns expositores que deixaram o Modtissimo a regressar porque a Exponor é, sem dúvida, o sítio apropriado.
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O crescimento deste salão já o justificava?
Sim, o aumento da área e o número de expositores inviabilizou a opção Aeroporto e Alfândega. Até por razões logísticas, a Exponor respondia melhor aos expositores e aos visitantes que passaram a ter um acesso mais fácil e com lugares de estacionamento menos limitados. Eventos como o Modtissimo não se adaptavam, agora, aos anteriores locais.
Admite que realizando-se na Exponor, o Modtissimo possa ser alavanca na sua dimensão e no seu arrojo?
É possível porque o espaço permite tudo. Por exemplo, em Setembro próximo ao comemorar a 60ª edição e os 30 anos do certame, pode fazer crescer o Modtissimo que ocupará um pavilhão maior, pois nesta edição tivemos que deixar de fora alguns expositores.
Uma maior internacionalização também pode resultar deste regresso à Exponor?
Isso é evidente mas ganha-se também em funcionalidade com algumas empresas a poderem instalar standes próprios que levam para várias feiras, permitindo a sua instalação nas faixas laterais, áreas livres para circuito pedonais e que podem ajudar algumas empresas a exporem nesse espaço.
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Os expositores internacionais, também vão crescer?
Temos um acordo com a ATP/ANIL que nos impõe privilégios para as empresas portuguesas. Por exemplo, de confecção não admitindo muitos expositores estrangeiros mas só os que vendem tecidos e acessórios. O Modtissimo já teve expositores gregos, espanhóis, austríacos, brasileiros. Mas tem de haver o equilíbrio de modo a salvaguardar a indústria portuguesa.
Esse acordo não é limitativo do crescimento?
Não até porque enquanto salão regional, o Modtissimo crescerá mais do que outros certames europeus, de Espanha, Itália e França. Aliás, há feiras que vão perder o seu gigantismo como a Première Vision (Paris, França).
Prevê mudanças no formato da feira agora localizada na Exponor?
Já tivemos ao longo dos quase 30 anos de vida alguns desafios. E um deles foi adicionar o têxtil-lar, a pedido de alguns empresas que quiseram fazer essa experiência. Poderemos equacionar de novo essa participação apesar de o Modtissimo não ser uma feira especializada para o têxtil-lar. Noutros locais, nem seria sequer possível pensar nessa hipótese. Mas nada está, para já, previsto.
Qual é o contributo do Modtissimo para a evolução do têxtil e vestuário português?
Temos cumprido a nossa missão de ser a montra nacional do têxtil e vestuário nestes 30 anos e há mais de 20 somos o principal salão da fileira têxtil…
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“Colaboramos no processo de internacionalização das PME portuguesas em termos de vendas e de clientes”.
…e da Península Ibérica…
Sim, da fileira têxtil somos únicos. E desde que recebemos compradores estrangeiros temos vindo a ajudar à internacionalização de todas as empresas, de uma forma directa e indirecta, uma vez que as vendas para o mercado nacional, de tecidos, por exemplo, têm como destino as exportações. E dessa forma colaboramos no processo de internacionalização das PME portuguesas em termos de vendas e de clientes.
A evolução do comércio internacional evoluirá em que sentido?
A resposta parece que ninguém a tem. Pela presença em muitas feiras na Europa, notamos a tendência de que estão a diminuir na sua dimensão. As feiras gigantes encolhem. E isso acontece em vários países europeus com feiras que eram até agora maiores e acentuam uma pequenez, tendo cerca de metade dos habituais expositores em cada edição.
E a Heimtextil?
Vai ter uma edição especial em Junho e onde estaremos com os nossos fóruns. Mas só em Janeiro de 2023 é que veremos qual o impacto que terá e se continuará com a sua pujança de outrora.
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