A verificação das assinaturas dos subscritores das listas candidatas às eleições do Vitória decorreu, ontem, entre as 9h30 e até cerca das 21 horas.
Um dia longo para a mesa da Assembleia Geral em funções, para os representantes das listas concorrentes e para os serviços do clube.
Ontem à noite, estranhou-se o frenesim no estádio, durante este processo. O facto de terem surgido assinaturas em listas diversas que chamavam à atenção, provocou mal-estar na administração do clube. A lista de Miguel Pinto Lisboa, foi subscrita por candidatos de outras listas. Por exemplo, Rui Vaz e Alexandra Pinto Coelho que são candidatos na lista de Alex, eram dados como subscritores da lista do actual presidente.
O facto só é embaraçoso porque podendo ambos subscrever qualquer lista não o confirmaram como sendo verdadeiro, o que deu a entender que quem está no poder continua a julgar-se isento de percorrer a mesma via sacra que o fazem os restantes candidatos.
O mal-estar era evidente. José Antunes, presidente da assembleia comprometeu-se na manhã de hoje voltar a reunir com os mesmos intervenientes e para o mesmo fim.
Contudo, perto da meia-noite, o site do Vitória colocava uma nota, seca e simples, sem identificação do órgão que a fazia, dando conta da validação das listas. A lista MAIS VITÓRIA apresentou 1240 subscritores e apenas foram validados 1054; a lista SIM VITÓRIA, das 794 assinaturas apresentadas viu validas 667. E, por fim, a lista UM VITÓRIA DE TODOS subscrita por 1191 sócios foi confirmada por 1053.
Afirmava-se que as três listas reuniam as condições para se candidataram às eleições de 5 de Março e assim continuar o processo eleitoral.
Se é verdade que representantes das listas de António Miguel Cardoso e Alexandre Costa respeitaram o acordo para tomar uma decisão definitiva sobre as irregularidades levantadas, a nota publicada à meia noite foi considerada como uma atitude do presidente da mesa da Assembleia Geral desrespeitosa do acordo firmado.
Esta tarde, a candidatura MAIS VITÓRIA, encabeçada por António Miguel Cardoso, manifestou em comunicado, a sua “total estranheza e repúdio relativamente ao processo de validação de assinaturas da lista liderada por Miguel Pinto Lisboa”.
E justifica que “na noite de Segunda-feira, 7 de Fevereiro, foram detectadas centenas de assinaturas na lista de Miguel Pinto Lisboa que tinham sido falsificadas”.
Acrescenta que “na altura puderam ser confirmadas, quer via telefone quer presencialmente com sócios visados, que atestaram não ser nem quererem ser proponentes da referida lista, tendo confirmado que a assinatura não era a deles”.
“É ostensivo que a caligrafia utilizada no preenchimento era exactamente a mesma em centenas de nomes”.
Admitem que “é ostensivo que a caligrafia utilizada no preenchimento era exactamente a mesma em centenas de nomes e assinaturas seguidas”.
Foi isso que justificou a suspensão da validação da lista do actual presidente, o combinado “por um compromisso de honra, da realização de uma reunião, hoje, Terça-feira dia 8, pelas 10h da manhã, para a decisão sobre a validação ou não da respectiva lista candidata”.
A nota publicada no site do Vitória sobre a validação das listas, “foi uma surpresa” para António Miguel Cardoso e seus pares, que “com estupefacção” receberam aquela informação oficial, ao arrepio do acordo firmado no acto de verificação da legalidade das listas.
Com estes dados, a lista MAIS VITÓRIA pondera, seriamente, denunciar este “crime ao Ministério Público contra os membros da lista de Miguel Pinto Lisboa uma vez que se está perante a prática de um crime público de falsificação de assinatura e de documento”.
António Miguel Cardoso e seus pares lamentam o comportamento da mesa da Assembleia Geral e o seu comportamento neste processo “que em nada dignifica o nome do Vitória Sport Clube, mas atenta a gravidade do assunto em causa não nos resta qualquer alternativa, em nome da transparência e do rigor do processo eleitoral”.
Nota: Ontem e hoje, a nossa redacção contactou o presidente da mesa da Assembleia Geral do Vitória SC, não obtendo qualquer resposta.
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