O mundo assinala hoje, dia 27 de Janeiro, 77 anos da libertação do campo de Auschwitz e o fim do nazismo.
Há 77 anos foi libertado o maior campo de concentração de extermínio dos judeus pelo regime nazi.
Só no campo de concentração de Auschwitz, onde se encontra uma placa que tem escrito “Arbeit Macht Frei” (O Trabalho Liberta), padeceram mais de 1,5 milhões de judeus dos cerca de 5,5 milhões que perderam a vida durante a II Guerra Mundial.
No final desta sangrenta guerra, o extermínio de judeus era ainda uma face desconhecida: nos campos de concentração foram encontradas pessoas desnutridas, em pânico e à beira de perder o juízo; poucas conseguiam ficar de pé, outras estavam deitados no chão; em pleno inverno, estavam seminuas e tinham sido brutalmente torturados.
Cerca de sete mil prisioneiros sobreviveram, 500 deles eram crianças, muitas que tinham sido sujeitas a experiências médicas e científicas.
Aquela fábrica da morte em território polaco era aparentemente um boato para os Aliados e, para os alemães, era um segredo de Estado.
Mesmo depois da guerra, os Aliados tiveram dificuldades em reconhecer os judeus como vítimas primordiais dos nazis. Só em 1961, quando o julgamento em Israel de Adolf Eichman, o especialista em judeus do regime nazi capturado pela Mossad na Argentina, foi transmitido pela televisão para todo o mundo, é que o Holocausto ganhou as dimensões reais que hoje temos conhecimento.
Não podemos permitir, nesta data tão importante para a humanidade estes atropelos, lembrando ainda outra limpeza étnica e violação grosseira aos direitos do homem, os mal-afamados Gulag (campos de trabalho forçado na URSS), onde foram mortos milhões de soviéticos.
Criados em 1919, estes campos de extermínio foram responsáveis por mais de 1 milhão de mortos apenas entre 1934 e 1953 (números oficiais do regime soviético).
Hoje estas memórias não estão esquecidas no tempo, têm de ser reafirmadas diariamente.
Para as novas gerações, incluindo a minha, a lembrança tem de ser efetivada, sem parcimónias nem contemplações.
Não podemos ignorar Auschwitz e todas as chacinas da história do homem e isso faz-se de atos quotidianos. A segregação de toda a espécie, racial, religiosa, cultural, ou outra tem de ser banida do léxico de todas as línguas do mundo. Não podemos ir a reboque de novos chavões, frases feitas ou idiossincrasias tontas, reavivar horrores do passado, como um lobo em pele de cordeiro.
É tempo de lembrar as vítimas do holocausto e de recentrar os valores do humanismo. É tempo de comemorar esta data histórica e de pensar que 77 anos é aqui tão perto…
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