É a 37ª edição do único festival de Teatro, em Guimarães. E tem duas estreias absolutas (Era Rolim e Gaya de Medeiros com Ary Zara), resultantes da atribuição das bolsas de criação Amélia Rey Colaço e projecto CASA.
“A importância desta edição pode ser justificada pelo regresso de Pedro Gil às encenações com um elenco talentoso, por (re)descobrirmos Pedro Nunes cuja peça esteve em processo de residência no Centro de Criação de Candoso, por constatarmos o crescimento da visão artística de uma criadora vimaranense (Rita Morais), ou por viajarmos por Shakespeare de um modo absolutamente surpreendente pela mão de Marco Paiva” – revela um comunicado de imprensa de A Oficina.
Acrescenta que “os Festivais Gil Vicente são muito mais que a soma dos seus espectáculos, interligando-se com um programa que integra oficinas de formação, debates, momentos de interação do público com os artistas e exercícios de visão crítica cruzada, capazes de fazer movimentar a comunidade artística e a população em torno de uma prática há muito enraizada no território”.
Os locais escolhidos como palcos, são os auditórios, foyers e sala de ensaios (CCVF), no museu (CIAJG), ou no salão nobre (Teatro Jordão). E, também, em todos os espaços comuns que fazem o teatro respirar como nunca.

Com uma organização conjunta de A Oficina, do Município de Guimarães e do Círculo de Arte e Recreio, esta edição tem pontapé de saída marcado para Quinta-feira, dia 5 de Junho com a estreia absoluta de ‘Se Não For Tu’, de Era Rolim, um dos projectores vencedores da 3ª edição do projecto CASA – iniciativa de A Oficina (através do Centro Cultural Vila Flor), de O Espaço do Tempo e do Cineteatro Louletano que procura incentivar a experimentação e a emergência de novas linguagens cénicas, apoiando a renovação do tecido artístico nacional.
“Esta co-produção é uma obra coreo-cinematográfica que transita entre o teatro e o cinema. A trama acompanha Sueli, uma mulher marcada pela perda trágica dos pais num acidente de carro, um acontecimento que a deixou com uma obsessão: saber o que aconteceu nos 30 segundos que antecederam a fatalidade. Na sua busca por respostas, Sueli dorme e mergulha em universos surreais, onde os seus dilemas éticos e psíquicos são desafiados a cada passo” – explica o comunicado sobre o festival.
‘Corre, bebé!’, de Ary Zara e Gaya de Medeiros, é apresentado em estreia absoluta na Sexta-feira, dia 6 de Junho, sendo o projecto vencedor da 7ª edição da bolsa Amélia Rey Colaço, uma iniciativa de A Oficina (através do Centro Cultural Vila Flor), do Teatro Nacional D. Maria II, de O Espaço do Tempo e do Teatro Viriato. ‘Corre, bebé!’ é um conjunto de reflexões sobre os conflitos e desejos da parentalidade. Um casal de pessoas trans, situadas num cenário pós-apocalíptico pensa sobre o que pode ser gerar bebés nesse contexto. Expectativas, problemas conjunturais e inseguranças são abordados de forma poética, desenhando os receios e sonhos que podem surgir ao acompanhar o desenvolvimento de uma nova pessoa num futuro incerto. No final do espectáculo, o público terá a oportunidade de se juntar aos artistas numa conversa informal e em discurso directo. Estas duas novas criações, resultantes das bolsas de criação, vão estar em residência artística prévia no Centro de Criação de Candoso (CCC), em Guimarães.
A ‘Enciclopédia da vida sexual’, com texto e encenação de Pedro Gil, co-criada e interpretada por Ana Isabel Arinto, Danilo Da Matta, Diogo Andrade, Katrin Kaasa, Mário Coelho, Pedro Gil, Raquel Castro, Sara Inês Gigante e Tânia Alves (voz off), fecha a primeira ronda de espectáculos com esta peça de artesanato cómica, no Sábado, dia 7 de Junho.
Nesta obra, a protagonista tinha prometido a si mesma que não voltaria a acontecer, mas aconteceu. Apaixonou-se de morte por um monogâmico convicto e, com receio de o perder, omite-lhe que é poliamorosa. Mas isso não bastará. Terá também de contar com a cumplicidade da sua família e amigos, que a tentam ajudar, o mais que podem. A apresentação desta peça conta igualmente com uma conversa pós-espectáculo com o criador Pedro Gil, sendo todo o público convidado a participar na mesma.
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