O novo presidente da Assembleia Municipal (AM), é, naturalmente Rui Armindo Freitas, em consequência das eleições locais de 12 de Outubro. E já o fez sentir num discurso que pode ser definidor da sua função neste mandato. E da democracia interna do órgão.
Se já tinha sido o cidadão a quem os vimaranenses deram mais votos, na lista da coligação ‘Juntos por Guimarães’, agora, os deputados municipais – deram-lhe o conforto de 62 votos em 110 votantes – o que significa que ultrapassou a fronteira dos deputados da coligação PSD/CDS-PP, para se tornar presidente do órgão. E contou com apoios de deputados dos partidos da oposição.
Com dois votos em branco e sem nenhum voto nulo, – o autarca da Junta de Caldelas não votou porque chegou já depois de encerrada a votação – o novo presidente da mesa da Assembleia Municipal entende que foi eleito para “um mandato de exigência e de serviço”.
Fica, assim, completo o desenho do quadro institucional e de governação do Município, com as cores das últimas eleições.
Rui Armindo Freitas fez um discurso de posse que é uma profissão de fé na democracia e na participação dos cidadãos em que fica clara a sua postura institucional e apartidária, no exercício do cargo.
“Esta Assembleia é e continuará a ser um espaço plural, um lugar onde convivem diferentes sensibilidades políticas, visões e prioridades, mas partilham o objectivo comum de servir Guimarães e os vimaranenses” – sublinhou. E, “por natureza, um dos espaços mais nobres da democracia local”.
“É também aqui que o contraditório e o combate político devem co-existir com o respeito e a elevação cívica.”
O novo presidente considera a AM, como o palco onde “se exercem as funções de fiscalização da actividade do executivo, é aqui que se travam os debates de ideias e se constroem as pontes de entendimento que fazem avançar a nossa terra. É também aqui que o contraditório e o combate político devem co-existir com o respeito e a elevação cívica, valores que distinguem Guimarães e que fazem desta terra uma referência na vida democrática nacional”.
Fez votos para que “esta Assembleia continue a ser uma casa de diálogo firme, mas respeitoso. Um espaço de convicções fortes, mas temperadas pela responsabilidade de quem sabe que segue o bem comum”.
Referindo-se à longa tradição de participação e de cidadania que Guimarães tem, Rui Armindo Freitas, lembrou que “ao longo da sua história, os vimaranenses mostraram sempre uma notável capacidade de se mobilizarem pelas causas colectivas, pela defesa da sua terra, das suas instituições, da sua cultura e do seu património”.
“Essa energia cívica é o coração de Guimarães. E é nela que a nossa democracia local encontra a sua vitalidade” – destacou.

Numa postura institucional que quer cumprir, no seu mandato, no parlamento local, o presidente da AM, proclamou, em forma de apelo, que “esta Assembleia é de todos”, os vimaranenses.
Apelou aos cidadãos que “participem nas sessões públicas, nos períodos destinados ao público, no acompanhamento da actividade dos vossos representantes. Questionem-nos, interpelem-nos, envolvam-se nas decisões que moldam o futuro do nosso concelho. A democracia não se esgota no voto, renova-se todos os dias com o envolvimento activo de cada cidadão. Este é, também, o vosso espaço” – acentuou.
“É essencial que as novas gerações sintam que este espaço também lhes pertence.”
Numa palavra “especial” dirigiu-se aos jovens de Guimarães. Primeiro para defender que “é essencial que as novas gerações sintam que este espaço também lhes pertence”, pois, “a política precisa da sua energia, da sua criatividade e da sua exigência”.
Num apelo a uma participação geral, disse que “precisamos de jovens que participem em todas as associações, de estudantes, colectividades, assembleias de freguesia e também aqui”.
E tudo porque “a voz dos jovens é indispensável para pensar o futuro, para garantir que as políticas públicas falam a sua linguagem e que respondem às suas ambições. Nenhuma democracia é verdadeiramente forte se não for capaz de envolver os seus jovens. E nenhum concelho será verdadeiramente completo se não der voz à geração que o vai liderar amanhã”.
Fazer do parlamento local “um espaço de aprendizagem e de inspiração democrática, onde os jovens possam ver o exemplo de diálogo, de serviço público e dedicação à causa comum” é mais que um desejo mas uma convicção profunda e sincera, de um político que respeita a vivência democrática que estimulou e aperfeiçoou ao serviço do Governo.
Num discurso aberto e para todos, Rui Armindo Freitas também se dirigiu aos seus pares da nova Assembleia que representam todas as forças políticas. “Estão aqui sempre prontos para dar o seu tempo e o seu contributo a Guimarães. Muitos abdicam do tempo pessoal e familiar para servir esta causa. E é justo sublinhar que esse gesto é uma das formas mais nobres de cidadania”.
Por isso deixou um compromisso de “promover o equilíbrio, a transparência e o respeito que devem pautar no nosso trabalho colectivo. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para que Guimarães continue a ser um exemplo nacional de democracia local, participada, viva e respeitadora das diferenças”.
Concluiu que “o debate não é um obstáculo à essência da liberdade democrática”. E desejou que “as diferenças não nos dividam, antes nos façam crescer”. Porque “Guimarães é berço de Portugal, mas também berço de uma forma muito própria de viver a cidadania, com coragem, com entrega e com sentido de comunidade”, o novo presidente desejou que “esta Assembleia continue, sempre, a ser um reflexo desse espírito”.
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