Ricardo Araújo participou no Plenário de militantes do PPD-PSD, descendo as escadas que dão à sala Flores, do Hotel de Guimarães onde teve lugar a reunião, depois das eleições autárquicas de 12 de Outubro, acompanhado de André Coelho Lima.
Uma surpresa total porque completa o percurso de pacificação interna que muitos esperavam pudesse acontecer antes das eleições, num partido que viveu no ocaso político do PS ao longo de 36 anos.

Com humildade e com naturalidade, Ricardo Araújo partilhou o triunfo eleitoral com todos os ex-presidentes da concelhia social-democrata que “acrescentaram camadas”, a um triunfo que se foi desenhando depois do mandato de António Xavier.
“De lá para cá – salientou – foram muitos os que acrescentaram camadas ao desejo de vitória, e todos contribuíram para que fosse possível, hoje, comemorar este momento simbólico, importante e sentido, neste Plenário histórico, depois de 36 anos de governação do PS”.
Explicou que “nem tudo foi perfeito neste percurso” que afastou os social-democratas de Santa Clara. E justificou porque fez questão em convidar todos os ex-presidentes da concelhia e candidatos autárquicos a celebrar este triunfo eleitoral. “Quero que todos sintam que esta vitória é do colectivo e do partido, a vitória não foi só de uma pessoa mas também de uma equipa” – acrescentou.
Neste Plenário, o dirigente que se tornou presidente da Câmara Municipal, partilhou três reflexões. E lembrou que “a nossa meta e o nosso objectivo era vencer em 2025”, recordando o que tinha dito em 2022.
Confessou que “eu acreditava, então, que era possível e, de lá para cá, muita coisa aconteceu. Foi um caminho, longo, de altos e baixos, com curvas, com decisões difíceis e controversas que criaram problemas e conflitos e, às vezes, afastamentos”.
“E porque não sou pessoa de arrependimentos” reafirmou que “estou orgulhoso do caminho percorrido, desde 2022”.
“Nós conseguimos uma vitória histórica: passar de 12 para 25 Juntas de Freguesia, lideradas pelo PSD e CDS.”
Sem euforias mas consciente do importante triunfo eleitoral, defendeu que “nós conseguimos uma vitória histórica: passar de 12 para 25 Juntas de Freguesia, lideradas pelo PSD e CDS, uma vitória em 35 freguesias, é um resultado que nos deve fazer reflectir”.
E para os que diziam que tudo “estava ganho”, o presidente da concelhia local do PPD-PSD, reconheceu que a de 12 de Outubro, “foi uma vitória da humildade e da determinação”, repetindo que “em democracia, não há vencedores nem derrotados antecipados”.
Explicou, ainda, que para derrotar o PS e o sistema que ainda o sustenta, “foi possível desconstruir o que se dizia, de que o voto é sempre no mesmo”.
Mas a realidade é que os eleitores votaram de maneira diferente para cada órgão do poder autárquico: “As pessoas escolhem em quem votar, e nós só conseguiríamos vencer se pusemos os que votavam no PS, a votar em nós”.
Explicou que “não há fórmulas mágicas para ganhar eleições, é diferente em Vizela ou Famalicão” e o importante era “ter essa humildade, para pedir o voto e a confiança em nós”. Lembrou que no seu grupo de apoio, mais restrito, “disse que há muitas variáveis para se ganhar eleições e era preciso que todas se alinhassem em nosso favor, o contexto, a equipa, o programa”.
“Esta vitória foi um trabalho de toda a gente, já que ninguém chega aqui sozinho.”
Ora, “vencemos com essa conjugação” e, agora, “quero que essa vitória seja sentida e partilhada com todos os que estiverem na campanha, e no partido, mais activos ou não. E quis convidar todos os presidentes do PSD Guimarães porque esta vitória foi um trabalho de toda a gente, já que ninguém chega aqui sozinho”.
Ricardo Araújo continua a falar sem ressentimentos e com a humildade que distingue os vencedores: “Com respeito pelas divergências que possam ter existido, quero que todos sintam a vitória e a valorizem… porque obrigou a muito trabalho… e quem pensa que o poder cai ou perde-se não é bem assim. Nós trabalhamos muito e bem para que isto acontecesse”.
Falou depois do “envolvimento das e nas freguesias” e recordou até que “qualquer um dos nossos candidatos a presidente de Junta, o que queria era que o PSD ganhasse a Câmara, mesmo perdendo na sua freguesia”. E todos se envolveram para construir esta vitória nas eleições.
Recordou que “abrimos o partido a outros candidatos num contexto difícil e todos estão de parabéns pelos resultados”.
Ricardo Araújo, não esqueceu os que, mais de perto, estiveram consigo, nesta luta. E destacou Eduardo Fernandes – “inexcedível” – director de campanha e, também, candidato à Junta de Freguesia de Souto Santa Maria e Gondomar que “ganhou”; o “meu amigo” Daniel Rodrigues, o coordenador autárquico – “que passou mais tempo comigo do que a minha esposa” – cujo papel foi crucial na estratégia; e, por fim, agradeceu “o empenhamento activo e comprometido com a estratégia”, de Rui Armindo Freitas, que é o actual Secretário de Estado Adjunto para as Migrações.
Neste primeiro encontro com os militantes, após as eleições, Ricardo Araújo, deu nota de que “é tempo de virar a página”. Lembrou que “a responsabilidade que temos para com Guimarães é cumprir com o que foi o nosso desígnio apresentado aos vimaranenses”.
O foco “é demonstrar às pessoas que valeu a pena a liderança de Guimarães que nos deram”, com “uma vitória expressiva, que mobilizou o partido e a sociedade civil”.
Incitou o partido “a olhar em frente” e “só olhar para trás para ver o trabalho de que nos podemos orgulhar”.
Salientando que não “vou mudar, eu continuo a ser o mesmo, o telefone é o mesmo, disponível para todos, mas o partido tem de perceber que é uma grande responsabilidade a que os vimaranenses nos deram”.
Acentuou que “a humildade que tinha antes era a que vou ter nos próximos quatro anos”. E repetiu, olhos nos olhos aos militantes: “Quero que o partido saiba que o meu compromisso é com Guimarães e os vimaranenses, cujos interesses devem estar à frente de tudo e de todos”.
“Desengane-se que, por vencermos uma vez, vamos estar 12 anos no poder.”
Afastou vitórias por extensão, considerando “errado” que “vamos ganhar nos próximos mandatos”. Ricardo Araújo referiu que não há vitórias a prazo. “Desengane-se que, por vencermos uma vez, vamos estar 12 anos no poder”.
E quer garantir o futuro, mudando “as caras” de quem vai estar no Município, escolhendo “os melhores quadros para a Câmara e para as entidades dependentes da administração municipal”.
“Viemos para transformar e mudar Guimarães e vamos fazê-lo com ponderação e sensatez”, lembrando que não seguirá “o isto agora é varrer tudo, ninguém conte com isso”.
Isso não significa abdicar nem das suas responsabilidades (eleitorais) nem das competências e poderes que lhe são atribuídos. “Todos têm de se comprometer com a nova liderança”, no Município, lembrando depois que “não podemos desperdiçar esta oportunidade, não vamos falhar com os vimaranenses”.
O que prometeu em áreas sensíveis como a mobilidade e a economia, serão o foco da equipa que já trabalha na Câmara. E do partido espera que os militantes sejam “os nossos olhos no terreno para ver o que se está a passar e a correr bem ou mal, não escondam nada”.
Desejou ter um partido “vivo e dinâmico, fortalecido com mais gente e interventivo”. E disse que “não vamos ficar esquecidos, nem desfocados do que é o PPD-PSD”, elencou já actividades próximas que serão organizadas, nomeadamente o ‘Magusto’ e a ‘Convenção Autárquica’, para aproveitar “o élan desta vitória”.
Avisou que o sistema que deu a vitória ao PS, ao longo de décadas, ainda “está do lado do PS”, lembrando que não foi em vão que “escolhi o povo para a minha comissão de honra e não outras personalidades”.
© 2025 Guimarães, agora!
Partilhe a sua opinião nos comentários em baixo!
Siga-nos no Facebook, X e LinkedIn.
Quer falar connosco? Envie um email para geral@guimaraesagora.pt.


