- É o rosto da Messe Frankfurt em Portugal, há 26 anos. Conhece as empresas exportadoras portuguesas, de vários sectores, que participam nas feiras internacionais e de enorme potencial que se realizam na capital comercial da Alemanha.
- Destaca as qualidades do têxtil português, no private label e reconhece a sua criatividade e resiliência de modo a progredir em direcção ao mundo das marcas.
Ainda se lembra da primeira Heimtextil a que assistiu?
Comecei a trabalhar como representante da Messe Frankfurt em Portugal em Janeiro de 1998, ano em que visitei a minha primeira feira em Frankfurt. Uma vez que o calendário de feiras da Messe começa justamente com a Heimtextil em Janeiro, foi essa a minha primeira feira. Fez agora 26 anos. Eu acho imenso tempo, mas a verdade é que naquela altura já havia empresas a participar há mais de vinte anos e que hoje ainda são expositores regulares da Heimtextil.
E comparando com a de hoje… o que nota?
Houve uma evolução enorme na forma como as empresas portuguesas se posicionam nos mercados internacionais. Na década de 2000, no contexto da liberalização dos mercados asiáticos, assistiu-se a muitas falências, mas também a um fortalecimento de muitas outras empresas. Desde aí Portugal tem vindo a assumir-se como um fornecedor de excelência no private label, fornecendo as principais marcas internacionais.
“Vejo cada vez mais empresas a investir numa marca própria.”
Qual a sua opinião sobre a oferta portuguesa? O que distingue o têxtil-lar de Portugal dos outros países?
A oferta portuguesa é sem dúvida única. Diria que Portugal se encontra na linha da frente dos fornecedores de private label no que toca a artigos de qualidade. Para fazer face aos concorrentes mais directos têm vindo a apostar no design e na inovação e, mais recentemente, vejo cada vez mais empresas a investir numa marca própria.
A apresentação das tendências vai continuar a ser feita em Guimarães?
As tendências, que se revestem de uma enorme importância para as empresas, são apresentadas em streaming a partir de Frankfurt no início de Outubro. É nessa altura que as empresas têm a possibilidade de conhecer as tendências e de planear o que vão apresentar na Heimtextil, no início do ano seguinte. A apresentação em Guimarães, por sua vez, é uma actividade única no contexto das actividades fora de portas da Heimtextil. Noutros países realizamos conferências de imprensa. Em Portugal a situação é diferente. Temos pouca imprensa, mas o interesse da comunidade têxtil, se assim lhe podemos chamar, é muito forte. Felizmente temos contado com o apoio da Messe Frankfurt e da divisão de desenvolvimento económico da Câmara de Guimarães para concretizar a apresentação de tendências nos moldes que bem conhece.
A Heimtextil é a que maior número de empresas portuguesas participam em feiras? E números sobre a de outros sectores/feiras?
A Heimtextil e a Ambiente são as duas mais importantes feiras da Messe Frankfurt para a indústria portuguesa. Embora haja participações interessantes na Techtextil (têxteis técnicos) ou na ISH (instalações sanitárias) e na Light+Building (iluminação e tecnologia para edifícios), é na Heimtextil e na Ambiente que as empresas dos respectivos sectores se reúnem. A Heimtextil contou com 65 expositores e a Ambiente conta com 97 empresas portuguesas inscritas.
Como avalia o crescimento do têxtil-lar?
O sector dos têxteis-lar é um sector que tem resistido às dificuldades. É resiliente, mas criativo. Estou curiosa para saber se num futuro breve vamos assistir ao nascimento de mais marcas. O tempo está maduro para as marcas. A indústria tem hoje capacidade para fornecer pequenas quantidades.
“Temos cada vez mais empresas atentas às possibilidade de marketing que a Heimtextil oferece.”
De que modo, para além da presença, com stand em feiras, as empresas portuguesas utilizam a plataforma e o seu potencial e os conteúdos da Heimtextil.de?
A Heimtextil permite às empresas inscreverem-se gratuitamente nos ‘special interest guides’, o que lhes permite destacarem-se em áreas específicas, como a dos fornecedores para hotelaria, o contract, ou da sustentabilidade. Temos cada vez mais empresas atentas às possibilidade de marketing que a Heimtextil oferece.
Qual é a empresa de Guimarães mais antiga a expor na Heimtextil? E a mais recente?
Curiosamente uma das empresas mais antigas e simultaneamente mais recentes é a Torres Novas, uma empresa industrial na origem que foi recentemente ressuscitada pelo sobrinho bisneto do fundador e que, não tendo produção própria, aproveitou o reconhecimento que a marca tinha em Portugal para reconquistar o público português e para se lançar como marca internacional. Relativamente a Guimarães, a mais antiga, não consigo confirmar, mas a Lameirinho e a Coelima podem estar nessa lista. Sobre as mais recentes, a Degori teve algumas participações e a José Fontão será a mais nova.
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