Lidamos diariamente com casualidades da vida, e como qualquer outro ser nesta vida resta-nos a capacidade de adaptabilidade ao fator novidade.
Recentemente, vi-me confrontado não com uma novidade, mas sim com uma ausência de organização e planeamento no que concerne a obras de requalificação numa via pública, em que mais uma vez como em tantas outras o “esquecimento” daqueles que não tem uma autonomia física que lhes permita serem independentes na execução das suas atividades de vida diária, é simplesmente posta de parte na hora de criar acessibilidades mínimas capazes de lhes proporcionar liberdade.
Como é possível estruturar uma obra pública nos dia de hoje, com uma intervenção de meses, num local de habitação e comércio e ninguém se lembrar dos acessos para cadeiras de rodas? O espanto junto dos responsáveis quando a pergunta é: “Onde vão ser criados os acessos para pessoas com restrição de mobilidade durante o período das obras?” – resposta: “Vamos estudar a situação.”… Não era suposto este estudo ser feito previamente?
É inacreditável como se fala em potenciar a qualidade de vida dos que tem mobilidade reduzida, integrar as pessoas com deficiência na sociedade, bla bla bla…, e continuamos a cometer os mesmos erros.
É necessário criar infraestruturas capazes de permitir o acesso destas pessoas fantásticas a todo o tipo de serviços que todo o e qualquer ser humano têm acesso, é fundamental na hora de planear questionar famílias reais que passam estas dificuldades diárias, e quais são as particularidades do seu dia a dia de forma a dar uma resposta assertiva e concreta no momento de efetuar a alteração de uma determinada requalificação pública.
Falta uma ação real das autarquias junto da população, falta introduzir nos Municípios pessoas com limitações físicas mas com uma inteligência fantástica que são conhecedoras das verdadeiras necessidades dos seus munícipes, que serão fundamentais no abrir de mentalidades na hora da mudança real das nossas cidades.
Não chega utilizar verbas europeias para fazer passeios mais largos e colocar trotinetes nas cidades!
Mais uma vez a dedicação dos familiares e a sua resiliência quase inesgotável na luta por melhores condições de vida para os seus entes queridos deve ser elogiada, mas não em silêncio.
Saibamos agir em vez de iludir.
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