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Sábado, Novembro 23, 2024
Rafaela Araújo
Rafaela Araújo
Estudante de licenciatura em Direito - Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Natural de Guimarães.

AvePark – Do atraso à discrepância orçamental

Há quase uma década que se fala na construção de uma via dedicada ao AvePark – Parque da Ciência e da Tecnologia. “É para construir”, tem sido a posição (ou cisma) do executivo municipal. 

É certo que precisamos de resolver o problema da acessibilidade ao parque industrial, mas será a construção da via dedicada o caminho certo? Não vos sei responder, tampouco tenho voto na matéria, mas foi a Via que escolheram, tendo rejeitado outras vias (propostas) apresentadas pela oposição. 

Neste tema, o CDS e a coligação sempre se pautaram pela criação de um novo acesso à autoestrada a partir de Brito e na defesa de projetos que passassem pela requalificação da EN101. 

Apresentaram três propostas e nenhuma dispensava essa intervenção: a construção de uma via dedicada a partir de Ponte-S.Gemil; de uma via com início na entrada para o parque industrial e ainda uma outra com início a meio da reta de Toriz. Sejamos conscientes, trata-se do adiar de uma intervenção que também terá de ser realizada, a construção desta nova Via não pode ser vista como alternativa à requalificação da estrada nacional, quer para melhorar as condições de quem a usa diariamente quer para quem nas suas margens constitui habitação permanente. 

Um projeto inicialmente estimado em 11 milhões prevê atualmente um orçamento com mais de 40 milhões de euros.

Esta cisma, além do atraso, que dura há quase uma década e não parece ter fim (nem início) à vista, também nos vai sair cara. Um projeto inicialmente estimado em 11 milhões prevê atualmente um orçamento com mais de 40 milhões de euros. Como se justifica esta discrepância orçamental? Uma vez mais, o executivo municipal arroga que é um investimento que rapidamente terá retorno com a fixação de algumas empresas no AvePark.

Naturalmente defendo que se temos um parque com capacidade para as empresas se fixarem o devemos aproveitar, voltando a fomentar o tecido empresarial e impulsionando o crescimento económico do concelho. Ainda assim, mesmo tendo a Via, continuam a faltar as empresas, evidenciando a incapacidade do município criar atrativos para as mesmas se instalarem.

Reconheço, também, que para as empresas se quererem fixar é preciso melhorar as acessibilidades ao AvePark, mas não seria a requalificação da EN101 com a criação de faixas de rodagem de acesso ao parque conjugado com um novo acesso à autoestrada uma alternativa mais rápida, económica e já necessária? Usando as palavras do Eng. António Monteiro de Castro: “Estas propostas da coligação apresentam um menor desnível, tendo como vantagens a menor distância e consequentemente custos mais reduzidos de construção e manutenção”

O executivo assim não o entendeu, tendo competência para a dita decisão.

“A questão maior é a acessibilidade”, citando o próprio presidente da Câmara, e é onde reside o problema (e o cerne do artigo), na medida em que está há quase dez anos por se resolver. Para quando haverá solução?

Todos estes factos salientam, uma vez mais, a incompetência e desinteresse do município no desenrolar de todo o processo, como exemplo recente, temos a forma como direcionaram a expropriação da parcela de terreno que necessitavam, o que me faz acreditar, infelizmente, que todo este processo se irá arrastar por muito mais tempo.

Atrevo-me, inclusive, a aplicar um provérbio que muito nos diz: “Está como as obras de S.Torcato”. A Via é dedicada, a Câmara não.

Os problemas de acessibilidade vão se mantendo e a obra continua por iniciar.

© 2023 Guimarães, agora!


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