Com apenas 4 kms, serve directamente quatro freguesias e indirectamente outras mais a jusante e a montante.
A requalificação da Estrada Municipal 582, entre Fermentões, Pencelo e Selho São Lourenço, tornou-se num canal alternativo na mobilidade concelhia. As obras que são melhorias evidentes no piso, os passeios que trazem segurança e conforto a quem a percorre a pé, são traços e marcas de que, também, o interior concelhio pode ter vias de qualidade que se complementem com os itinerários principais do Município quer nas suas ligações internas quer externas.
A nova imagem da EM 582 – que já era um percurso alternativo para evitar a cidade, de quem se deslocava para as Taipas e na direcção de Braga, e se assumia como uma alternativa para os que chegados a Fermentões pudessem derivar para a zona sul do concelho para Pevidém e Ronfe – vai incitar os vimaranenses residentes a norte, noroeste e nordeste a utilizá-la nas suas rotinas diárias, para o trabalho em percursos intra-concelhios ou para fora do concelho.
O mesmo se aplica às empresas situadas neste quadrante nordestino em parques industriais existentes ou em crescimento, que passam a ter mais alternativas para chegar à auto-estrada evitando o centro da cidade.
A rapidez e segurança que a via permite ajudarão à capacidade instalada actualmente no território destas três freguesias, como servirão Gominhães, São Torcato, Gonça e Arosa, Rendufe, Atães ou Aldão a uma opção mais neste vai-e-vem, da casa para o trabalho e vice-versa.
Tal como outras, também, a obra da EM 582 sofreu com os efeitos da pandemia e das condições meteorológicas adversas, factos que não diminuiram “a qualidade da intervenção” como sublinhou o presidente da Câmara, no dia da sua inauguração formal.
Domingos Bragança explicou que “o que a Câmara Municipal está a fazer é intervir com profundidade e densidade, pois quando a obra é estruturante a intervenção é completa, alterando expressivamente a acessibilidade viária e pedonal e as infraestruturas, e foi isso o que se passou com a requalificação desta via”.
Era claro que a EM 582 não podia sofrer uma intervenção qualquer. O estado do seu piso, os eixos apertados, a falta de infra-estruturas e a insegurança patente para quem a utilizava como circuito pedonal, a pressão exercida pela entrada e saída de viaturas ligeiras e pesadas dos parques industriais, obrigava a um caderno de encargos exigente, de uma empreitada ambiciosa e exemplar.
“Se a decisão fosse somente repavimentar, a obra teria sido realizada em cerca de quatro meses, mas não seria a mesma obra” – sublinhou o presidente da Câmara orgulhoso da intervenção feita.
O facto de a mancha de território que se vê a partir desta via ser, no entender do autarca, “um local excepcional para se viver e para a indústria fazer os seus negócios”, também ajudou à opção de tornar a requalificação da via mais exigente e qualitativamente exemplar no piso do seu traçado e nas infra-estruturas que comporta ao nível das águas pluviais e das condutas de saneamento e água, bem como de telecomunicações.
O novo estado da EM 582, nos seus 4 kms de extensão, deixa um rasto de qualidade, sustentada nas condutas pluviais que garantirão um maior prazo de vida da via, que se escoarão até ao rio Selho que anda por ali perto. Uma drenagem também com a mesma dimensão de quatro quilómetros capaz de aguentar cargas previsíveis de pluviosidade.
Da “ossatura” desta via, fazem parte, uma pavimentação de 3,5 kms, um corredor de passeios a rondar os 3 mil metros e uma pequena e nova rede de água e saneamento, na área da nova rotunda que foi construída e garante uma futura e nova ligação ao parque industrial de Selho São Lourenço, uma vez que a rede existente não foi mexida.
Acrescem a nova ligação vertical e horizontal, com alguns semáforos para controle de velocidade na zona mais urbana da via, onde há duas lombas. E o alargamento da própria via destinado ao trânsito automóvel, agora mais larga em alguns troços, e onde foram construídos muros de suporte para garantir a segurança da estrada.
Inauguração participada mas sem festa
A inauguração desta via, incluída no pacote de obras que obrigou o Município a contrair um empréstimo de 12 milhões de euros, foi participada e pouco festiva. Mas foi abençoada pelo Padre Samuel Vila Boas, Arcipreste de Guimarães e Vizela.
A presença dos presidentes de junta das freguesias directamente abrangidas pela estrada municipal, algumas colectividades, a estrutura municipal que acompanha o presidente da Câmara nestas inaugurações a que se juntaram o presidente da Assembleia Municipal José João Torrinha e os vereadores da oposição (Bruno Fernandes e Ricardo Araújo), deu para entender que a requalificação da EM 582 se tornou uma obra abrangente do ponto de vista político e partidário.
O autarca de Fermentões, António Vilela, diz que a “obra já era desejada há muito, pois sentiam-se as dificuldades de quem nela circulava a pé ou em automóvel”; Daniel Fernandes, presidente da União de Freguesias Selho São Lourenço e Gominhães, disse que o 5 de Fevereiro de 2022, era “um dia especial” porque “a inauguração daquela obra era importante para várias freguesias e contemplava a segurança dos peões que a utilizavam”; Domingos Miranda, presidente da freguesia de Pencelo, assinalou a diferença entre “o hoje e o ontem, do início da obra, há 18 meses”, de “uma via sem infra-estruturas e que agora tem tudo, onde nem sequer dois camiões passavam um pelo outro, onde a segurança de pessoas não existia, e o controle de velocidade era inexistente”. Com humor João Miranda assinalou que “Pencelo também já tem a sua rotunda” que fará a entrada da ligação futura para o parque industrial de Selho.
A requalificação da EM 582 foi classificada por Domingos Bragança, uma obra sem mácula, “numa via estruturante” nas acessibilidades ao vale de São Torcato, numa visão alargada do território mais a norte até Arosa/Castelões e integradora das zonas industriais de Pencelo, de Selho São Lourenço e São Torcato que quer ver agregadas, ainda que com espaços geográficos e pólos independentes.
📸 Direitos Reservados
Sublinhou a importância que a EM 582 terá na dinamização de cada um destes parques, no desenvolvimento industrial daquela área, nas condições que cria para as empresas instaladas que beneficiarão da sua acessibilidade mais fácil, rápida e segura.
Os elogios que fez à obra, estendeu-os à equipa municipal liderado por Joaquim Carvalho – director das obras municipais – que acompanhou a empreitada e à empresa Cândido José Rodrigues SA destacando a sua capacidade de execução nos trabalhos de requalificação. Presente na cerimónia, Rui Rodrigues, um dos administradores da CJR ouviu Domingos Bragança elogiar o facto de a empreitada ter sido executada “por uma das melhores empresas do sector das obras públicas em Portugal”.
Não esqueceu o “desconforto” sentido pelos cidadãos na execução desta obra, factor que “se tentou evitar até ao possível”, destacando que “valeu a pena”, depois de “vermos agora o resultado do que foi feito”.
Principais desafios que a obra colocou à CJR:
- Desvio de trânsito e reorganização do mesmo para conseguir suprir as necessidades dos moradores;
- Tipo de terreno constituído principalmente por solo rochoso;
- Necessidade de construção de diversos muros de contenção de terras;
- Elevada afluência de trânsito na via;
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