O PSD de Guimarães realizou, pelas 12h00, uma conferência de imprensa sobre a temática da mobilidade, tendo em conta que hoje é o último dia para discussão pública do Plano Ferroviário Nacional (PFN). O partido partilhou quais devem ser, na sua visão, as prioridades para o concelho, tanto a nível interno como externo.
Em traços gerais, para o presidente social-democrata, Ricardo Araújo, importa que “Guimarães se posicione e defina uma estratégia de curto, médio e longo prazo capaz de garantir o acesso aos principais eixos ferro e rodoviários do país”. O partido defende, ainda, que Guimarães não se pode “resignar ao que está pré estabelecido quer nos gabinetes em Lisboa, nem confortar-se em ser relegado para segundo plano à esfera regional numa discussão tão importante para o nosso futuro colectivo”.
“Desde 2017 que nós já apresentamos, como proposta em eleições autárquicas, a defesa da criação de canais dedicados para autocarros eléctricos.”
Os sociais-democratas distinguem duas esferas de análise, “que devem ser complementares e não exclusivas”, por um lado, os “problemas de mobilidade dentro do concelho”, e por outro, “a ligação de Guimarães a outros Municípios”. Ricardo Araújo começa por abordar a primeira área, reforçando que a cidade “tem que resolver os problemas crónicos (…) das ligações do centro da cidade com as suas vilas, particularmente, do centro à zona norte, às Taipas, à zona oeste, a Ronfe, e à zona sul, a Lordelo”. Para o PSD, a solução passa por adoptar o modelo BRT– Bus Rapid Transit ou “metrobus” com via dedicada. Relembra que esta opção tem vindo a ser defendida pelo partido “há vários anos”: “pelo menos desde 2017 que nós já apresentamos, como proposta em eleições autárquicas, a defesa da criação de canais dedicados para autocarros eléctricos”. Apontam que, a Norte e a Oeste, “esta solução é defendida pelo estudo do professor Álvaro Costa” e que “é a solução mais rápida e económica de concretizar”.
O presidente do partido clarificou, também, que não apoiam a solução de usar a via férrea para fazer ligação a Lordelo, como tem sido sugerido pelo executivo camarário, porque esta poderá comprometer os serviços rápidos de ligação ao Porto, enquanto não houver duplicação da via.
A segunda esfera abordada prende-se com a ligação interconcelhia, nomeadamente à estação de alta velocidade, ao Porto e aos Municípios do Quadrilátero. Ricardo Araújo reitera, mais uma vez, que “a localização da estação de alta velocidade deveria ser no triângulo Guimarães, Braga, Famalicão”, em particular em Escudeiros, como defende o estudo do professor Álvaro Costa. Para os sociais-democratas, a actual localização prevista “reforça a centralidade de Braga e leva Guimarães, cada vez mais, para a periferia”. Neste contexto, se a Estação de alta velocidade ficar, efectivamente, a Noroeste de Braga, “é legítimo que Guimarães equacione se a sua ligação à estação de alta velocidade deve ser feita, privilegiadamente, através de Braga ou através do Porto”. A justificação para esta alternativa é que, comumente, há mais pessoas a deslocarem-se de Guimarães para Lisboa do que para Vigo, e, portanto, deslocariam-se para Norte, para a estação de Braga, para depois se deslocarem para sul, rumo à capital. Para o PSD, nesse caso, fazia mais sentido irem logo para sul, para a estação de alta velocidade no Porto.
No seguimento deste argumento, Ricardo Araújo refere que é “fundamental reafirmar a importância estratégica da ligação ferroviária de Guimarães ao Porto”, nomeadamente, o serviço Alfa e “defender uma solução que permita aumentar o número de serviços rápidos”. Para o partido, o PFN deveria incluir “os melhoramentos necessários à linha, incluindo a própria duplicação da mesma, para permitir conciliar os serviços intraurbanos, com o serviço rápido de ligação ao Porto”. Mencionam, ainda, que o tempo previsto de 2h15 entre Guimarães e Lisboa, aquando da via de alta velocidade, apenas inclui o encurtamento da viagem entre o Porto e Lisboa e não entre Guimarães e o Porto que é, actualmente, de 1h10. Defendem, por isso, o encurtamento da viagem entre o Berço e a Invicta.
“Guimarães é o único que não tem ligação directa via ferroviária.”
Por último, apontam que três dos quatro concelhos do Quadrilátero estão ligados por via férrea, Braga, Famalicão e Barcelos. “Guimarães é o único que não tem ligação directa via ferroviária”, repara o líder do PSD. “A reivindicação de uma solução de mobilidade no enquadramento do quadrilátero devia ser, em primeiro lugar, concertado e defendido pelos quatro Municípios”. O social-democrata acredita que Guimarães foi relegada para “segundo plano nesta discussão nacional”. “A ligação ferroviária a Braga (…), além de permitir fechar a malha ferroviária regional, permitiria ligar os quatro Municípios do Quadrilátero e permitia, também, uma ligação à estação de alta velocidade”, conclui Ricardo Araújo.
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