Enquanto se espera pela colheita dos frutos da sementeira das eleições internas, do último Sábado, já outra batalha – e outro conflito – se desenha no horizonte: as eleições federativas.
Com lideranças várias, o PS Guimarães cresce com mais militantes mas não engrandece a sua história que os “cristãos-novos” não assimilam e à qual não parecem querer converter-se.
A já anunciada candidatura de Luís Soares – antecipada ao estilo de como fez Ricardo Costa com a sua – vai agora ser confrontada com a do vizelense Victor Hugo Salgado, cujo anúncio está marcado para amanhã, pelas 19h30.
O contexto destas duas candidaturas, pode ensombrar, mais uma eleição no PS Braga, onde os actos eleitorais parecem ser um ‘osso duro de roer’, não por diferenças ideológicas mas por tácticas e estratégias dos seus cabeças de lista.
Se Luís Soares se candidata simplesmente, a candidatura do agora presidente da Câmara de Vizela à Federação de Braga pode envolver até a suspensão ou a renúncia do mandato da actual deputada Irene Costa, na Assembleia da República.
O que pode estar no horizonte é o modo como se juntará a concelhia de Famalicão aos apoios que Victor Hugo Salgado procura, uma vez que as escolhas para deputados nas últimas eleições legislativas ainda ‘causa indigestões’ no aparelho socialista.
Recorde-se que Famalicão não colocou nenhum deputado em lugar elegível – o que deixou Eduardo Oliveira de fora – depois de, no mandato anterior, ter ocupado esse lugar.
Há quem defenda que nas últimas eleições legislativas, o PS obteve “o pior resultado de sempre no distrito”, ao eleger apenas seis deputados. Eduardo Oliveira era o sétimo da lista logo depois de Irene Costa e de Gilberto Anjos, da Póvoa de Lanhoso. Este mal-estar na concelhia de Famalicão, deixa em dúvida o apoio a Victor Hugo Salgado.
E a maneira de o contornar pode ter na suspensão ou renúncia da deputada de Vizela como a solução para esta substituição à qual Pedro Nuno Santos parece não se opor.
Neste negócio partidário, possivelmente já acordado, a troca de lugares é a solução para fortalecer a candidatura de Victor Hugo Salgado – necessitado de apoios claros – e enfraquecer a de Luís Soares.
Mas as eleições de 27 e 28 de Setembro, para as Federações Distritais, podem tocar na posição a assumir pela concelhia de Guimarães, que alguns admitem esteja já “presa” a este acordo. Ricardo Costa pode ter na sua agenda política, o paradoxo registado na sua candidatura, sem sucesso, à Federação Distrital: o de não apoiar um candidato de Guimarães apenas por questões de mercearia política e claramente internas.
Francisco Teixeira é, entretanto, um nome apontado para uma terceira candidatura, com o propósito de evitar dois incómodos: o de os socialistas votarem contra um dos seus e fazê-lo elegendo um vizelense.
Porém, se a situação de Irene Costa é um problema que Victor Hugo Salgado tem de resolver arranjando-lhe qualquer outra colocação, num qualquer lugar político remunerado, admite-se que Ricardo Costa, sendo o melhor candidato do PS Guimarães à Federação tem o senão de se lhe criticar o facto de “querer ser tudo”.
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