Esta é a grande questão e pergunta a que todos os dirigentes responsáveis terão de responder.
O cisma socialista pode continuar se Ricardo Costa optar por meras maiorias conjunturais; ou pode terminar se optar por uma maioria confortável com os votos da lista de Paulo Lopes Silva.
Mais uma vez os interesses comezinhos do pessoal político podem ditar o futuro do PS. O que é evidente, no imediato, é que Ricardo Costa vai ter de negociar a sua maioria – grande ou pequena.
As contas da representação da comissão política são ainda uma incógnita apesar dos acordos de bastidores. Qualquer negociação, será sempre a prazo, e todas as contas serão feitas, na base de uma variável simples: ou o PS encontra uma solução macro na base das promessas dos candidatos que não impedem um diálogo com êxito; ou tudo continua na mesma com o PS a ser uma manta de retalhos, sem uma liderança forte e consensual, que nada garante em 2025 relativamente ao desejo de manutenção de uma Câmara socialista, no convento de Santa Clara.
O que se pode dizer, dos resultados desta eleição? Leiam-se os números…
Com menos votos também se ganha (Paulo Lopes Silva):
- 1323 foram os votos apurados pela lista C (mais 540 dos que Sofia Ferreira (783) teve, em 2022, de cuja lista fazia parte);
- Em mandatos tem 27 (mais um – 26 – que na edição de 2022);
- Com as inerências dos presidentes da Câmara e Assembleia Municipal e da presidente das Mulheres Socialistas pode ter 30 mandatos na comissão política;
- A candidata que apoiou para as Mulheres do PS obteve 672 votos derrotando a opositora;
- Contabiliza mais 100 votos (ganhos) do que Ricardo Costa, comparando as eleições de 2022/24, ou seja, a diferença entre 540 e 440 votos que ambas as candidaturas tiveram a mais;
- As contas preliminares dos mandatos na comissão política indicam a perda da maioria absoluta por Ricardo Costa que só será confirmada mais adiante, quando a nova comissão política se reunir.
Com mais votos também se perde (Ricardo Costa):
- 1492 foram os votos obtidos no Sábado mais 440 do que em 2022 mas longe das melhores expectativas geradas no interior da sua ala;
- A perda da presidência das Mulheres Socialistas, com a derrota de Zara Pontes, significa um retrocesso no universo de apoiantes femininos;
- Os votos conquistados deixam Ricardo Costa preso a compromissos que lhe tolhem ambições e fazem dele mais um líder de facção do que um líder incontestado no partido;
- Se optar por obedecer ao seu ego, o actual presidente pode até ter uma maioria absoluta assente num equilíbrio instável que a todo o tempo pode tender para criar problemas;
- Continuará a depender de si o fortalecimento da unidade do partido, e deverá ter visão para interpretar os sinais dos votos;
- Se revelar capacidade de liderança, optará por uma larga e confortável maioria que acabe com os clãs existentes no partido, tornando-se no grande líder socialista, tal como outros no passado.
Uma candidatura surreal (Vítor Oliveira):
- Protagonizou a candidatura mais surreal da história do PS, sustentada em si e na ajuda de Castro Antunes (seu compadre) a que juntou Adelina Pinto, mais tarde;
- O número de votos (143) foram um desperdício e se contabilizados a favor de Paulo Lopes Silva teria ainda ridicularizado mais a vitória de Ricardo Costa (a quem se juntou e desligou) diminuída para a margem mínima de 26;
- A junção de Adelina Pinto, nada acrescentou e foi um tiro no pé para quem seria uma potencial candidata à Câmara Municipal que não suscitou entusiasmo dos militantes socialistas;
- Se uma ‘andorinha não faz a Primavera’, duas muito menos, porquanto não são posts no facebook que dão estaleca a qualquer candidato que ostenta a sua imagem em lonas enormes, com mensagens inócuas, uma má experiência e um péssimo resultado para quem decidiu brincar às eleições… num partido de poder.
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