- A presidente da Junta de Prazins é a segunda entrevistada de uma rubrica que pretende fazer o balanço das freguesias na primeira metade do mandato 2021-2025. É a primeira mulher a dar o seu testemunho de sete que presidem a freguesias do concelho.
- Natália Fernandes está à frente do executivo da freguesia desde 2013, pertencendo à coligação Juntos por Guimarães. Tem cerca de 1121 habitantes e ocupa à volta de 2,23 km² de área do concelho de Guimarães.
Estamos praticamente a meio do mandato que se iniciou em 2021 e termina em 2025. Que balanço pode fazer destes dois anos transactos e perspectivas para os próximos?
Relativamente ao decurso deste meu último mandato, do qual já passou mais de um ano, tem um balanço positivo pois já realizamos algumas das obras que nos propusemos a fazer, que foram a pavimentação de três ruas, realizamos pela primeira vez um evento, um sunset dedicado aos mais jovens e não só, festa que vamos continuar a realizar anualmente, para além dos serviços que continuamos a prestar à população.
Quais têm sido os principais desafios e conquistas desde o início do primeiro mandato?
Este já é o meu terceiro mandato. Os desafios têm sido conseguir realizar as propostas que apresentamos à nossa freguesia durante as campanhas. Faço sempre questão de fazer promessas que possa realizar, uma vez que os recursos são muitos escassos, mas com peso e medida e uma boa gestão temos conseguido cumprir.
“Ainda existe o estigma de que a mulher é que tem de fazer “o trabalho de casa”.
Das 69 freguesias de Guimarães, apenas sete são presididas por mulheres. Considera que ainda há estigma acerca de mulheres assumirem posições de poder? Enfrentou algum entrave?
É pena não haver mais mulheres a candidatar-se pois dos 159 candidatos, apenas 35 candidatas eram mulheres. Acho que as mulheres também se retraem a candidatar-se talvez porque, naturalmente, têm de fazer uma gestão acrescida nas suas vidas quotidianas quando são trabalhadoras e mães. Ainda existe o estigma de que a mulher é que tem de fazer “o trabalho de casa”, e por isso existe este trabalho acrescido que as faz retrair até de se candidatarem. Claro que para estar aqui tive de ter o apoio do meu marido e da minha família, as minhas filhas eram pequenas quando ganhei a primeira vez as eleições, mas com um esforço familiar foi possível. Não encontrei entraves talvez porque me tento abster desse estigma, mas que existem, sim existem.
Segundo os dados da Câmara Municipal, Prazins tem um índice de envelhecimento de 59,8%. Tem medidas previstas para combater esta percentagem? A freguesia está preparada para dar resposta à realidade etária da população?
Sim temos uma população envelhecida, tal como o que acontece no concelho de Guimarães. As medidas possíveis não podem ser vistas ao nível de uma freguesia, mas sim do município, pois é este que tem os meios, quer técnicos, quer orçamentais, para fazer este combate. Este problema é muito maior do que a freguesia. Têm de existir motivos atractivos para deslocar os jovens para o nosso concelho. Mas também tenho de dizer que, felizmente, nos últimos dois anos a nossa freguesia tem crescido em termos de habitação, e quem a procura para residir são casais jovens. Mas também me orgulho em dizer que na freguesia temos serviços que podem ajudar a responder às necessidades dos casais mais jovens, pois temos uma escola com pré-escolar com a sala cheia, uma IPSS que também tem berçário e salas até aos cinco anos que, consequentemente, enchem a escola primária. Também temos um clube, o Ases, que presta um excelente serviço, que podemos ver como serviço social, pois aposta na formação de atletas a uma escala maior que a própria freguesia, abrange muitas das nossas crianças e das freguesias vizinhas, sendo que todas estas associações são apoiadas pela junta. Portanto, à escala da freguesia, trabalhamos para conseguir atrair jovens para aqui.
A Junta de Freguesia de Prazins promove algum tipo de incentivo à natalidade e/ou à fixação de população jovem? Que medidas têm implementadas ou pretendem implementar?
Não temos qualquer medida de incentivo pois, como disse anteriormente, este é um problema maior do que as próprias freguesias que abrange, para além do incentivo à natalidade, o facto de não haver casas para arrendamento, os transportes públicos são extremamente escassos, quase inexistentes, o que nos limita, como freguesia, a ser atractiva. Mas entendemos que somos uma freguesia com boas condições para se viver, pois ao número de habitações novas que estão a ser construídas demonstra que somos uma zona muito procurada.
Tendo em conta a era digital em que vivemos, tem planos para uma modernização tecnológica dos serviços da Junta?
A nossa junta já presta muitos serviços ao cidadão com o recurso à tecnologia, pois resolvemos diversos assuntos do cidadão com recurso aos sites públicos, evitando que estes se desloquem para a cidade.
📸 GA!
Neste momento o website da Junta de Freguesia não parece estar em funcionamento, qual a razão para tal? Prevêem resolver?
O website não está em funcionamento pois hoje em dia a comunicação faz-se com maior abrangência através das redes sociais, que vieram substituir a página da internet, e que é a forma que utilizamos.
Qual é o orçamento previsto para este ano? Quais são as principais actividades/planos estipulados nesse orçamento?
O orçamento, excepcionalmente este ano, é de cerca de 110.000€ pois recebemos um subsídio do município para as obras das ruas que já fizemos e, portanto, é para proceder a esse pagamento. Durante este ano vamos tentar resolver o escoamento de águas pluviais numa rua, continuar a preparar o parque de lazer, vamos manter os apoios às associações, realizar os eventos anuais (dia da criança, passeio da freguesia e o sunset), e eventualmente efectuar outras pequenas obras que se achem necessárias.
“Temos de fazer sempre muitas contas e esforços para conseguir responder às necessidades da freguesia.”
Considera que o financiamento da Câmara para o orçamento da Junta de Prazins é suficiente para o que necessita e gostaria de fazer na freguesia?
As transferências anuais da Câmara são sempre escassas pois basta que precisemos de fazer obras numa rua, temos de aguardar que sejam aprovados subsídios extras pois com 9.700€, que é o valor anual para o investimento que a minha freguesia recebe, não é possível fazerem-se grandes empreitadas públicas. Temos de fazer sempre muitas contas e esforços para conseguir responder às necessidades da freguesia.
Parece-lhe que Prazins tem tido o interesse e investimento apropriado por parte da Câmara e da população?
A Câmara tem apoiado a freguesia nas obras que temos executado, tais como a Casa Mortuária e o envolvente da zona da igreja, para as ruas que fizemos no ano transacto, aguardamos o apoio para concluir o parque de lazer e outras obras que não conseguimos só com o valor do com protocolo anual. Só com o apoio do Município é que qualquer freguesia pode responder às necessidades das suas populações. E não podia ser de outra forma.
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