José João Torrinha (presidente da Mesa) comunicou a Luís Soares (presidente da concelhia) que não tem condições para presidir ao acto eleitoral, marcado para a sede do Partido Socialista, no largo do Toural, em Guimarães. E devolveu as suas competência de presidente da Mesa, de modo a que seja o Secretariado a concretizar a eleição, no Sábado (18 de Julho). E comunicou a sua decisão a Luís Soares e a Ricardo Costa, porventura também a Joaquim Barreto.
É mais um insólito, na concelhia do PS de Guimarães, que vive, de caso em caso, de incidente em incidente, de modo a complicar a auscultação dos militantes na eleição da Federação distrital do partido e dos seus órgãos.
O actual presidente da Mesa da comissão política concelhia de Guimarães, eleito numa assembleia, de duvidosa legalidade que retirou aquele cargo a Ricardo Costa, eleito pelos militantes de forma livre e democrática, acabou, por decidir, não exercer as suas funções por compreender que a sede do PS pode não reunir as condições para receber os militantes, numa afluência estimada como de elevada participação. Instado, por Guimarães, agora! a falar sobre as eleições da Federação e a explicar a sua decisão, relativamente ao facto de a sede não ter as condições ideais, face ao momento em que vivemos, José João Torrinha, enviou-nos uma mensagem em que esclarece: “sobre esse assunto não vou prestar declarações”.
“Luís Soares quer sujeitar os militantes de Guimarães ao sol e ao calor intenso, na rua, com óbvias perturbações na ordem pública…”
A espada de Luís Soares, pende, assim, sobre as eleições da Federação distrital do PS, uma vez, que com a concordância de Ricardo Costa, José João Torrinha, propôs a transferência do local de voto para a escola Francisco de Holanda, onde seria possível votar com mais segurança e de forma mais cómoda e rápida.
Mantendo-se irredutível, Luís Soares quer sujeitar os militantes de Guimarães ao sol e ao calor intenso, na rua, com óbvias perturbações na ordem pública, com uma aglomeração anormal, facto que está a ser encarado em alguns meios do PS local como a última tentativa para adiar ou anular o acto eleitoral, deixando que Joaquim Barreto permaneça amarrado ao cargo, para além do tempo do seu mandato.
Mas Luís Soares também tem Barcelos como alvo. Enquanto presidente da comissão política distrital, Luís Soares entende que as eleições se devem realizar numa sede (do partido) de escassos metros quadrados, com um universo de eleitores (militantes) dos maiores do distrito.
Horácio Barra, advogado e presidente da Mesa da comissão política de Barcelos, marcou para o pavilhão municipal o acto eleitoral, indiferente aos desejos e imposições de Luís Soares que, na Quinta-feira, à noite, reuniu, em Braga, com as concelhias do partido, estabelecendo a sua lei – rígida – indiferente às consequências que podem advir por não respeito das regras da DGS.
Esta “indiferença” está a ser encarada pela candidatura de Ricardo Costa como “um acto de desespero”, face às previsões da afluência de votantes que pode ser recorde nesta eleição. E um desrespeito às regras que vigoram no país e que ele – segundo um militante socialista – devia “respeitar e impôr”, porque além de dirigente local, é ainda “um deputado da nação e a quem a lei não pode ser indiferente”.
Esta indisfarçável teimosia de Luís Soares levou já a que Domingos Bragança, se tenha indignado com a posição do presidente da concelhia e sugerido até que a eleição decorresse no pavilhão Multiusos, a partir das 9h.
Se nada acontecer nas próximas horas e Luís Soares perceber que “não pode mudar a direcção do vento”, o acto eleitoral decorrerá entre as 14 e as 22h.
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Finalmente! Um político que não compactua com jogadas encapotadas de poder.