A delegação da CDU composta pelos candidatos do círculo de Braga nas legislativas de Março, abordou diversos temas sobre a problemática do transporte público.
A CDU entende que “só criando condições vantajosas é que as pessoas podem reduzir a utilização do transporte particular”.
Foi isto que os candidatos disseram à CIM do Ave enquanto autoridade dos transportes. Sobre o PART – Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos, iniciado em 2019, proporcionou “um aumento global de passageiros nos transportes públicos e teve um impacto significativo no financiamento do sistema de transportes, na poupança das famílias e na simplificação dos sistemas tarifários, atraindo assim novos passageiros para o transporte público coletivo”.
Já o passe intermodal facilitou, no entender da CDU, a utilização dos transportes públicos geridos pelas diferentes operadoras, respondendo às necessidades da população.
“O exemplo das áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa com a criação de um passe no valor máximo de 40€, que permite viajar em toda a área metropolitana sem ter de adquirir diferentes passes, conforme as operadoras que gerem o serviço, pode e deve ser replicado no distrito de Braga. A articulação da oferta de transportes entre as CIM do Cávado, CIM do Ave e a área metropolitana do Porto seria uma enorme mais-valia” – defenderam os candidatos.
Foram manifestadas preocupações acerca do insuficiente financiamento da oferta de transportes, perante a constatação do deficit para o pagamento da operação actual no ano corrente e as estreitas limitações orçamentais que condicionam a concretização da intermodalidade tarifária. A discriminação nos valores do financiamento via PART comparativamente com Lisboa e o Porto foi também referida, com a ilustração que apesar dos territórios da CIM do Ave corresponderam a 5% da população nacional apenas são atribuídos cerca de 2% das verbas disponíveis.
Relativamente à dimensão técnica da concretização da intermodalidade tarifária, foi transmitido que as condições estão criadas, faltando a decisão política que permita o correspondente reforço do financiamento.
Consideram que “só a falta de vontade política explica que aquilo que a realidade vivida no Porto e em Lisboa, no que aos transportes públicos coletivos diz respeito, não se concretize na região de Braga e no resto do país”.
A forma como tem vindo a decorrer a concessão AVE Mobilidade, que serve as populações de Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela, e que entrou em vigor no dia 1 de Dezembro de 2022, foi também objecto de troca de impressões. A delegação da CDU partilhou, ainda, queixas de utentes relativamente à falta de oferta. Relembrou também as queixas sobre as condições de trabalho e remunerações dos trabalhadores da concessionária Transdev.
A CDU insiste que os respectivos presidentes das câmaras municipais e das CIM do Cávado e do Ave precisam empenhar-se, efectivamente, na concretização desta justa reivindicação das populações, mudando a postura passiva que, lamentavelmente, têm mantido ao longo do tempo.
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