É a mais recente reacção à falência do Spinpark, associação que estava sediada no Avepark.
O BE – Bloco de Esquerda “questionou o governo sobre a insolvência da Associação Spinpark, instalada no Avepark – Parque de Ciência e Tecnologia, em Guimarães” e pediu esclarecimentos sobre “quais os motivos para o não cumprimento do Plano Especial de Revitalização, se os direitos dos trabalhadores estão a ser garantidos e qual o valor das dívidas e do passivo”.
Num documento entregue na Assembleia da República, os deputados do BE referem que “em 2016, o Spinpark adoptou um Plano Especial de Revitalização, em resultado de dívidas superiores a dois milhões de euros e um passivo de sete milhões” e que “a associação não tem condições para viabilizar o PER, não garante a manutenção daquele centro, está em insolvência e vai fechar portas”.
Os deputados afirmam, no requerimento entregue em 7 de Outubro, que “as nove empresas spin-off instaladas no edifício foram notificadas, a 17 de Setembro, pelo administrador judicial, de que têm 30 dias para sair das instalações”.
“Esta atitude negligente tem gerado revolta junto da comunidade que lá se instalou, a começar pelos próprios empresários, que referem que é impossível transferir um laboratório num mês”. Sustentam que “esta situação é incompreensível atendendo à importância daquele equipamento para a transferência de conhecimento criado na Universidade do Minho para a sociedade, pelo que deveriam ter sido acauteladas a garantia de condições para a continuidade de funcionamento das instalações e das empresas lá instaladas.”
O Bloco pretende ainda saber quantas empresas e quantos postos de trabalho foram criados desde a criação do Avepark, uma vez que “na altura da inauguração, o então administrador do Parque de Ciência e Tecnologia de Guimarães, Carlos Remísio, referiu que o objectivo era a instalação, no prazo de 10 a 15 anos, de 200 empresas tecnológicas e a criação de quatro mil empregos qualificados, entre cientistas e investigadores”.
Os deputados do BE querem que o governo, pelo Ministério da Ciência e do Ensino Superior, esclareça se teve conhecimento desta falência, quais os motivos que levaram a que o PER não fosse cumprido, se os direitos dos trabalhadores estão a ser respeitados, o valor real das dívidas e do passivo, se aquela incubadora tinha uma existência relevante, dada a sua natureza de base tecnológica com ligação à UMinho e que medidas vai o governo adoptar para assegurar a continuidade daquele equipamento e das empresas lá instaladas. Também, os deputados bloquistas pergunta se o governo tem acompanhado a situação do Avepark e quantas empresas e postos de trabalho foram criados desde a sua criação.
O Avepark foi uma sociedade constituída pela Câmara de Guimarães, pela Universidade do Minho, a Associação Industrial do Minho, a Associação do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto e pela Associação Industrial e Comercial de Guimarães.
A Associação Spinpark é um centro de incubação de base tecnológica, cujos sócios fundadores são a Universidade do Minho, o Avepark e a Associação do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto, com o objectivo de promover e apoiar actividades de tecnologia avançada e intensivas em conhecimento.
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