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Quinta-feira, Setembro 19, 2024

Têxtil: importação de matérias-primas é sinal de retoma?

Economia

A indústria têxtil e vestuário (ITV) portuguesa continua a demonstrar a sua capacidade de adaptação e resiliência, mesmo num contexto global desafiante. De acordo com dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE), o sector exportou 529 milhões de euros em Julho de 2024, representando um crescimento de 3% face ao mesmo mês de 2023.

Este aumento foi acompanhado por uma expansão de 12% na quantidade exportada, atingindo 43.372 toneladas, evidenciando um mês de forte actividade produtiva e exportadora.

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Analisando os números de Julho, a ATP antevê, com fé, que o crescimento das importações de matérias-primas possa significar uma retoma do crescimento dando conta dessa tendência numa nota de imprensa.

Maior crescimento em produtos técnicos e têxteis para o lar

Os produtos mais técnicos como as pastas, feltros e falsos tecidos ou os tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou estratificados e artigos para usos técnicos de matérias têxteis, foram alguns dos produtos que maior aumento registaram nas exportações de Julho, o que demonstra a valorização deste tipo de produto no mercado internacional:

  • Pastas, feltros e falsos tecidos: +20% em valor, +30% em quantidade;
  • Tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou estratificados e artigos para usos técnicos de matérias têxteis: +16% em valor, +21% em quantidade.

Por outro lado, os têxteis para o lar voltaram a assumir um destaque nas exportações deste sector, com um crescimento assinalável de 26% em valor e 22% em quantidade.

Importações de matérias-primas, um impulso para a produção

As importações de matérias-primas, essenciais para a produção de têxteis e vestuário em Portugal, aumentaram significativamente em Julho, registando uma subida de 40% em quantidade, reflectindo a preparação do sector para intensificar a produção e atender à procura internacional, dando sinais de uma retoma há muito esperada.

Estiveram em particular destaque as importações de matérias-primas de algodão, incluindo fios e tecidos, que aumentaram 72% neste mês.

Neste mês, as importações totais de Portugal de têxteis e vestuário cresceram 9% em valor e 30% em quantidade.

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Desafios e oportunidades

Apesar dos resultados positivos em Julho, o acumulado de Janeiro a Julho de 2024 registou uma ligeira queda de 6% no valor total das exportações, totalizando 3.376 milhões de euros, e uma redução marginal de 0,3% na quantidade exportada.

Este cenário reflecte desafios em mercados tradicionais, como Espanha e Itália que registaram quebras no valor e volume transaccionado. No entanto, em mercados estratégicos como os EUA foi possível aumentar as oportunidades de negócio, tendo aumentado as exportações +5% em valor e 4% em quantidade.

O reforço de Marrocos enquanto alternativa a Portugal para produção a preços mais competitivos é confirmada pelos resultados das exportações para aquele destino que aumentaram 15% em valor e 18% em quantidade.

© Direitos Reservados

A Turquia tem também vindo a conseguir maior destaque nas importações europeias e Portugal não é excepção, tendo as importações de produtos desta origem subido 44% em valor e 93% em quantidade.

Por outro lado, e considerando os dados disponibilizados pelo Eurostat, Portugal tem vindo a reforçar a sua quota de mercado na maioria dos países da União Europeia, incluindo em importantes e maduros mercados como é o caso da Itália. De acordo com esta fonte, até Maio, Itália importou -4% (em valor) de produtos têxteis e vestuário provenientes de mercados intra-UE e -13% de mercados extra UE e terá importado +22% de Portugal.

Perspectivas para o futuro

A indústria têxtil e vestuário portuguesa mantém-se focada na inovação e na sustentabilidade, dois pilares essenciais para o seu futuro. O aumento contínuo de produtos técnicos e confeccionados de alto valor agregado destaca a capacidade do sector de atender às necessidades de mercados exigentes. À medida que o sector continua a investir em novas tecnologias e em práticas sustentáveis, espera-se que a competitividade internacional da ITV portuguesa continue a fortalecer-se.

© 2024 Guimarães, agora!


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