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Quinta-feira, Maio 8, 2025

Riscos: Ciber-ataques e Crise Financeira na liderança das preocupações

Economia

O primeiro ‘Barómetro do Observatório do Risco Geo-político para Empresas’ da Porto Business School revela que os ciber-ataques de grande dimensão e uma possível crise financeira global são as maiores preocupações das empresas portuguesas no actual cenário geo-político.

Os dados recolhidos revelam que a crise financeira global severa surge como o segundo risco mais relevante no curto prazo (66%), sendo considerado por 60% da amostra como o principal no médio e longo prazo.

“A crescente competição geo-política possa desencadear uma nova crise financeira.”

Segundo a análise, esta percepção poderá estar influenciada pela memória de crises financeiras e pela familiaridade corporativa com este tipo de contexto, o que pode levar a uma sobre valorização da sua probabilidade de ocorrência, tal como refere Jorge Rodrigues, coordenador do ‘Observatório do Risco Geo-político para Empresas’ da Porto Business School: “as empresas demonstram uma preocupação evidente de que a crescente competição geo-política possa desencadear uma nova crise financeira, semelhante à de 2008, que continua a ser uma referência negativa marcante no ambiente económico”.

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Já os ciber-ataques a infra-estruturas críticas ou empresas são considerados o maior risco no curto prazo (67%) e o segundo no médio e longo prazo (58%). O observatório verifica que, apesar da sua relevância, este risco não é percepcionado como elevado por empresas da indústria transformadora ou importadoras/ exportadoras, destacando-se sobretudo entre organizações do sector dos serviços, que apresentam maior dependência de redes digitais.

Os conflitos comerciais de elevada intensidade entre os EUA, a China e a União Europeia surgem como o terceiro maior risco tanto no curto (66%) como no médio e longo prazo (55%). Estes dados sugerem uma percepção empresarial de que o actual ambiente internacional continuará a ser marcado por rivalidades comerciais significativas. 

A ameaça de disrupção das cadeias de abastecimento globais revela-se apenas em oitavo lugar no curto prazo (54%), mas sobe para a quarta posição no médio e longo prazo (55%). A análise indica que esta avaliação poderá subestimar o potencial impacto deste risco, especialmente numa economia aberta como a portuguesa. 

A análise revela, ainda, a percepção dos riscos e nas estratégias de mitigação ao nível sectorial. Na indústria transformadora, o risco mais relevante a curto prazo incide nos conflitos comerciais entre os EUA, China e União Europeia (84%). No médio e longo prazo, destaca-se a crise financeira global grave (78%).

Os conflitos comerciais são também apontados como o principal risco a curto prazo tanto por empresas exportadoras (69%) como importadoras (75%). Já a disrupção das cadeias de abastecimento é a maior preocupação no médio e longo prazo, com impacto semelhante nas exportadoras (68%) e importadoras (74%).

“Questões geo-políticas são definitivamente prioritárias para as empresas portuguesas.”

O estudo identifica quatro estratégias consideradas fundamentais pelas empresas para mitigar riscos. “As questões geo-políticas são definitivamente prioritárias para as empresas portuguesas. Há uma evidente sensibilidade dos executivos para a influência do ambiente geo-político na estratégia e no desempenho das empresas”, afirma Jorge Rodrigues.

A primeira estratégia destacada é a investigação e desenvolvimento de novos produtos ou serviços (55%), que se revela uma solução essencial para lidar com desafios e oportunidades geo-políticas. Seguem-se as estratégias empresariais ao nível das cadeias de abastecimento (53%), vistas como fundamentais para reduzir vulnerabilidades e garantir uma maior resiliência.

Foto © Porto Business School

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