Sempre na linha da frente da produção de calçado, a Kyaia com a força do digital e da tecnologia desenvolveu um projecto onde casou a manufactura tradicional com o conhecimento tornando-se exemplo de aplicação do conceito de indústria 4.0.
Reinaldo Teixeira, do Centro Tecnológico de Calçado, afirmou que “não é normal as indústrias abrirem as suas portas para mostrar o seu bem fazer”.
O sublinhado deixava um agradecimento à Kyaia por este “Open Day” que mostrou com toda a evidência e força como se pode ir mais além e fazer uma fábrica inteligente e sustentável.
Nesta acção de demonstração, do Famest que se tem revelado um programa, do qual fazem parte 23 empresas de toda a cadeia de valor do calçado: couros, palmilhas, solas, produtos químicos, software, equipamentos, logística e calçado, representativas e líderes nos seus sectores; a estas juntaram-se nove entidades de I&I com competências multi-disciplinares e complementares que asseguram o desenvolvimento de resultados inovadores e a sua valorização económica pelos promotores nos mercados nacional e internacional.
Fortunato Frederico revelou que sentia “uma certa vaidade” por mostrar soluções que eram o resultado prático dos problemas do dia-a-dia que uma empresa industrial e de manufactura encontram.
Uma dessa soluções foi encontrada, em plena pandemia, em que o processo de consultar e mudar fichas, em papel, de instruções de fabrico, foi substituída por um tablet, eliminando um potencial foco de contaminação e infecção pela utilização do dedo e da saliva, dos trabalhadores envolvidos.
“Se não fosse a pandemia, talvez tudo continuasse na mesma.”
O remédio para sarar este processo, na operação de fabricação, foi encontrado pela Kyaia – Soluções Informáticas. “Se não fosse a pandemia, talvez tudo continuasse na mesma” – acentuou Fortunato Frederico.
O Famest – que termina no fim de Novembro – nasceu há cinco anos. “Foi um projecto pensado e que se mantém actual” – salientou Maria José Teixeira, do Centro Tecnológico do Calçado.
Ao longo da sua apresentação em slides, numa parte dos armazéns da Kyaia onde estiveram mais de uma centena de homens e mulheres ligados ao sector do calçado, Maria José Teixeira salientou as evoluções registadas no processo de fabrico, desde o uso de materiais, ao design. Aos produtos sintéticos foi possível juntar produtos biológicos, reciclados, onde permitiu ao Cluster do Calçado tornar-se ágil, produtivo, competitivo e explorar em plenitude o conceito da Indústria 4.0 – nascido na Alemanha – e acentuar a entrada das tecnologias digitais na comercialização.
Todas estas novidades, foram reformas assumidas no sector o que aumentou a produtividade das empresas, com a ajuda das Universidades que aportaram conhecimento para a indústria do calçado.
Os resultados do Famest são, sem dúvida, excepcionais. A utilização de matérias de origem biológica, puderam juntar-se aos couros, em situações de enchimento, tal como a junção de resíduos líquidos – os aquosos que resultam do fabrico da pasta papel -, a sua incorporação à borracha e às palmilhas totalmente biológicas.
O Famest teve o seu mérito e êxito na partilha que foi possível fazer do conhecimento. Isso permitiu produzir produtos totalmente portugueses e que reduziram a pegada ambiental em cerca de 80%.
Utilizando produtos reciclados, o programa foi um exemplo de aplicação prática do conceito de economia circular.
No que toca ao digital, o Famest permitiu uma maior utilização de tecnologias que serviram o processo de fabrico, ajudaram à desburocratização de processos, e ajudaram ao desenvolvimento de plataformas de e-commerce.
Também, uma aplicação – IIOT – que permite ligar sensores a máquinas e a sistemas de informação e o armazenamento de dados na nuvem, fez com que se construísse um sistema ciber-físico com vantagens em todo o processo de fabrico do calçado.
“A quarta revolução industrial sentiu-se na implementação deste projecto.”
“A quarta revolução industrial sentiu-se na implementação deste projecto” – disse Rui Rebelo do INESC TEC. O uso de informação, o seu tratamento e a sua gestão, também estão associados a este projecto de fábrica do futuro em que a Kyaia já mergulhou.
📸 GA!
Uma das grandes virtualidades do Famest foi o ter permitido fabricar a sua própria electrónica – numa altura em que no mercado faltam semi-condutores, ajudar a que soluções aquosas se unissem com cola, a temperaturas diferentes e em diversos canais.
Outro trunfo do Famest é o de ter juntado o conhecimento com a indústria e do qual resultaram respostas efectivas para melhorar intensamente, até digitalmente, o processo de fabrico. Foram as plataformas colaborativas que permitiram soluções inteligentes, desde o início ao fim do processo de fabricação de sapatos. E a montante a constituição de um workflow para o processo de amostras, sempre oneroso e complicado.
As ferramentas que foi possível gerar neste processo que apostou muito na digitalização vai permitir também optimizações na comercialização dos sapatos ao nível da definição de promoções quer em lojas físicas quer em lojas on-line.
A Kyaia que já foi classificada como uma das melhores fábricas da Europa entrou agora na rota das fábricas inteligentes e do futuro.
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