Álvaro Pacheco entra a ganhar, tal como os treinadores anteriores, num jogo em que equipa actuou virada para a frente, sem fazer marcha atrás quando iniciava as suas transições.
O treinador preferiu jogar com o mesmo 11 que venceu o Estoril. Chegou a pensar-se numa única mudança quando André André aqueceu no relvado e constava da ficha de jogo, Porém, Tomás Händel acabou por entrar de início, por impedimento físico do capitão vitoriano.
O que mudou no Vitória com Álvaro Pacheco? Apenas o método, a adopção de uma máxima de que primeiro defende-se e depois ataca-se, descontando o facto de João Mendes ter marcado muito cedo, apenas aos 29 segundos.
Notou-se algo muito simples: em cada saída, da defesa para o ataque, ninguém olhou para trás ou chegou ao meio campo e parou. A jogada terminava nas imediações da baliza contrária.
Isso permitiu arrastar o adversário para o seu meio campo, fazendo com que Jota Silva e colegas aproveitassem o espaço livre e a velocidade.
Acresce ainda que o Vitória apareceu solto, mais pragmático que brilhante, beneficiando da inspiração de João Mendes na frente e da segurança de Bruno Varela na baliza – defendeu uma grande penalidade e teve outras intervenções decisivas, para fazer perdurar o 2-0 que foi abatido apenas por Otávio (63’) quando fez o 1-2.
João Mendes (29 segundos e 45’+4′) marcou dois golos, o primeiro para concluir uma jogada de André e Jota Silva, finalizando à ‘boca da baliza’, sinal de que o Vitória jogou em todo o campo, surpreendendo o adversário e não deixando ser surpreendido. No segundo, o médio utilizou a força e colocação do seu remate.
Naturalmente que houve erros, uns mais colectivos – os cantos do Famalicão punham a defesa ‘à nora’ e num deles deu mesmo golo – e outros individuais quando Manu Silva fez uma falta na área que deu penalti e que Varela defendeu.
O Vitória jogou mais tempo do que era habitual na intermediária do Famalicão e quase não se viu o “passa para o lado” à frente de Bruno Varela que retardava a chegada à frente e à baliza contrária.
Outro factor importante, foi o controle das emoções pela equipa mesmo quando o Famalicão criava mais perigo, um facto que Álvaro Pacheco destacou como positivo, mostrando-se orgulhoso desta performance que não deixou os jogadores vacilar.
“A vitória é deles” – disse o “mister Álvaro”, pouco preocupado com a sua importância no jogo, explicando que não mexeu na estrutura para observar como os jogadores evoluem. E assim ver o que “posso acrescentar” como mais valia ao seu empenho e dedicação no jogo.
Não escondeu a satisfação por ter tido “uma bela estreia”, num jogo equilibrado, reconhecendo que o primeiro golo de João Mendes reforçou o querer dos jogadores.
Juntou, nos seus comentários, um elogio aos adeptos, qual “combustível” que fez o motor vitoriano marchar rumo a um triunfo pouco sofrido e pela diferença de dois golos, ao contrário de um longo historial da equipa a ganhar (e perder) pela margem mínima.
Vamos jogar à bola? Não. Vamos antes marcar golos, esta frase define bem a actuação da equipa neste jogo em que a simplicidade, a entrega e o pragmatismo ajudaram a construir este triunfo que volta a colocar o Vitória num lugar europeu.
O Vitória alinhou com: Bruno Varela, Jorge Fernandes, Manu Silva, Tomás Ribeiro, Bruno Gaspar, Tiago Silva (Dani Silva 86’), Tomás Händel (Zé Carlos 91’), João Mendes (Nuno Santos 66’), Afonso Freitas (Miguel Maga 86’), Jota Silva, André Silva (Adrian Butzke 86’).
Amarelos: Jota Silva (37’), Afonso Freitas (48’), Tiago Silva (81’).
Golos: João Mendes (1’ e 49’), Bruno Gaspar (77’).
Foto © Vitória SC
© 2023 Guimarães, agora!
Partilhe a sua opinião nos comentários em baixo!
Siga-nos no Facebook, Twitter e Instagram!
Quer falar connosco? Envie um email para geral@guimaraesagora.pt.