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Domingo, Novembro 24, 2024

Sócios do Vitória: a paixão que é muito mais do que “ir à bola” ao Domingo

Economia

Entre o Vitória, de Domingo, no dia do “jogo da bola” e o emblema que se vê na lapela que mexe com o coração e abana a razão – por que se aloja numa alma enorme, forte e sofrida, – há algumas diferenças.

Ao Domingo, o mais corrente dia de jogos de futebol, ao longo da história, os vitorianos cumprem um dever, de fé, como quem vai à missa ou almoça com a família. Um sinal de pertença a um clube de que se gosta, também por muito bairrismo;

Todo ano, mesmo quando uma época acaba e outra começa, não há interrupção no amor que se devota ao clube, tal como à família.

E é vê-los falar do Vitória, nos cafés, nas praças, na rua, no mercado, com amigos, com os filhos ou netos.

Os vitorianos, todos, vivem, com a mesma fé e o mesmo fervor, festejando os triunfos, chorando as derrotas. São uma espécie de ‘raça caucasiana’ do futebol onde o orgulho de ser e de pertencer ao escol vitoriano, exibe-se e não se esconde, sente-se e não se propala.

Esperam, todos os anos, em Julho, por saber quem vem de novo para jogar na equipa. Recebem todos: os brancos e os de cor, os europeus e africanos, os sul-americanos ou asiáticos. Aceitam quem vem para defender o Vitória jogando à bola.

São novos heróis, esses jogadores de quem os vitorianos esperam, a cada época uma conquista, um título, decorrente do seu esforço e aplicação em campo. E a quem se devotam como se fossem Deuses.

Para além dos feitos desportivos, uns sonhados e outros não concretizados, os vitorianos não desistem e persistem esperando que a direcção do momento faça o melhor, na busca desse objectivo de colocar o Vitória em posição de destaque.

Em Setembro, é vê-los homenageados, os que completam os 25 e 50 anos, de dedicação ao clube: são todos aclamados, com justiça, porque não fogem da primeira trincheira da defesa do clube; outros, poderão ser os “reservistas”, que estão no álbum de recordações porque se tornaram referências morais, alguns dos quais serviram o Vitória sem pedir nada em troca.

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Ninguém, dos que, ano após ano, em Setembro, sobe ao palco, deixa de ter orgulho no emblema que recebe, como legado de uma filiação clubística que é um título para muitos, todos quantos persistem em não perder esse vínculo que dá direito a votar para escolher dirigentes. E um orgulho enorme que não se esconde.

Esse símbolo é uma marca, sinónimo de paixão e de entrega, que se difunde em cada ano dos mais de 100 que a história do Vitória regista.

Nesse mês de Setembro, há sempre uma nova leva de vitorianos, de homens e mulheres, que dizem presente, apesar da idade, da sua condição física e do seu estado de saúde. Todos, ninguém quer perder o fio à meada.

São sócios e cada um com uma forma diferente de viver, vibrar e sentir o clube. É nestas alturas que muitos percebem a dimensão do clube noutro contexto que não o do dia “de ir à bola”, mas sempre o de “ir ver o Vitória”.

Quando fazem a sua adesão, directamente ou por interposta pessoa, os vitorianos iniciam não uma corrida de 5 000 metros mas uma maratona que só terminará no fim da sua vida, com cartão ou sem cartão…

© Vitória SC

O Vitória não é para esquecer mas sempre para lembrar, para além das derrotas, nos campos de futebol ou de outras modalidades.

Alguém poderá pensar que esses vitorianos vão em busca de vaidade ou reconhecimento. Não, recebem o emblema de prata ou de ouro como um tributo de reconhecimento ao seu orgulho de ser vitoriano.

Mas mesmo que seja vaidade… ela é especial, diferente, da vaidade balofa. Exibem-se para dar o exemplo, mostram-se para indicar um caminho e contribuir para uma missão. Também lá estão nessa cerimónia protocolar para exercer um direito – previsto nos estatutos – de terem o reconhecimento de sócio.

Diremos que é uma aclamação justa, uma forma de exaltar a alma colectiva e individual dum clube singular. Um sinal, de que por eles e com eles, o Vitória jamais acabará, com êxitos desportivos ou sem eles.

Eles, esses vitorianos indomáveis na fé que têm no seu clube, estão sempre na primeira ‘trincheira’ de defesa do emblema; esses que completam 25 e 50 anos são faróis que iluminam o caminho do clube que se juntam a outros “reservistas” – com mais anos – aos que se lhes reconhece o estatuto de referências morais.

Foto © Vitória SC

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