O Vitória teve a oportunidade mais flagrante para vencer o jogo, quando aos 94’ Edwards atirou ao lado, numa jogada de contra-ataque.
No cômputo geral, o empate aceita-se. Mas depois de Edwards ter recebido um passe excelente, aos 94’, e ter falhado clamorosamente, atirando ao lado, foi o Benfica a beneficiar com este falhanço.
Há muitos adjectivos para classificar a exibição da equipa e o comportamento dos jogadores. João Henriques levava a lição estudada, do jogo para a Taça da Liga, que o Vitória empatou no tempo regulamentar.
E assim, a equipa aguentou o assédio dos encarnados, com sofrimento, sorte, sacrifício mas com muito empenho de todos. O sector defensivo, a começar em Trmal tiveram uma noite memorável. O checo voltou a mostrar porque fez o segundo jogo consecutivo na Liga, sem sofrer qualquer golo – nos três em foi titular – deixando por duas vezes o Benfica a zero. Sacko, Jorge Fernandes, Mumin e Mensah fizeram um jogo deslumbrante, aguentando tudo. Mensah, muito mais confiante, ainda se deu ao luxo de ir mais além do que os 45 metros, evidenciando um porte de confiança, de personalidade, na que foi, sem dúvida, a sua melhor exibição ao serviço do Vitória. Mumin voltou a subir nas alturas e rechaçou tudo o que era ataque aéreo dos encarnados.
O meio campo e o ataque, sem brilhantismo, actuou de fato macaco, com uma solidariedade espontânea e em ajuda ao sector defensivo, contribuindo com sacrifício para a afirmação do espírito colectivo que começa a ser a imagem de marca desta equipa.
Houve muitos jogadores em destaque, acima do nível médio e alto, da exibição. André Almeida, Mensah, Trmal, Mumim foram peões de brega num conjunto que incluiu novas caras como Rúben Lameiras e Miguel Luís a titulares.
Em termos futebolísticos, o Vitória jogou em contenção na 1ª parte e alardeou criatividade e deslumbramento na 2ª parte, dominando o jogo e ameaçando a baliza do adversário. Na Luz, João Henriques viu a sua equipa mostrar personalidade, coesão e muita consistência.
Nuno Almeida, foi o árbitro ideal para esta partida, uma vez que se limitou a julgar, pelo seu critério largo, os lances mais passíveis de punição, sem interferir no resultado.
© VSC LPFP LUSA
O Vitória alinhou com: Trmal, Sacko, Jorge Fernandes, Mumim, Mensah, Miguel Luís (Pepelu 45′), André André, André Almeida (Edwards 81′), Quaresma (Rochinha 75′), Estupiñán (Noah 89′) e Rúben Lameiras (Wakaso 81′)
Há luz na noite Vitoriana:
- Terminar a 1ª volta sem derrotas nos jogos em casa do adversário e ter a defesa menos batida nestes jogos (3 golos apenas) era um objectivo intermédio de João Henriques. E conseguiu-o com total brilhantismo;
- Personalidade, confiança, classe, consistência, solidariedade e espírito colectivo são adjectivos que se podem colar a esta equipa;
- Também João Henriques entra para o quadro de honra por se ter tornado um verdadeiro “conquistador” e sobretudo, um verdadeiro CEO (gestor) deste plantel e mentor de um futebol prático que começa a roçar as margens do brilhantismo;
- Sobre a partida o treinador comentou: “o resultado é justo porque nenhuma equipa marcou golos, não fizemos uma boa 1ª parte mas na 2ª já foi possível ver o que era o nosso plano de jogo. Os jogadores foram muito solidários e só lamento que os adeptos não possam estar mais perto de nós”;
- André André não voltará a Lisboa, para defrontar o Belenenses, na próxima jornada porque viu mais um amarelo que o deixa de fora dos convocados;
- O capitão do Vitória sublinhou que “o empate adequou-se pelo que fizemos na 2ª parte, num jogo que resistimos à pressão do Benfica e onde todos fomos solidários”;
- Regista-se ainda que, em termos físicos, a equipa esteve num nível elevado, aguentando a pressão encarnada e mostrando fôlego bastante para se exibir com o nível que demonstrou na segunda metade;
- Edwards desperdiçou uma oportunidade que o podia ter catapultado para o nível da época passada;
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