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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

Cultura: diagnóstico “é fiel à realidade” e não esconde problemas existentes

Economia

O Plano Estratégico Municipal da Cultura (PEMC) em Guimarães 2032 está a ficar pronto. Já se conhece o diagnóstico das dinâmicas culturais municipais, 10 anos depois da CEC 2012.

A versão zero, deste plano, será conhecida, durante o mês de Fevereiro para discussão pública durante cerca de um mês.

Paulo Lopes Silva, vereador da Cultura, afirmou na apresentação do diagnóstico, o universo amplo de pessoas e agentes culturais envolvidos nesta fase, com sentido crítico, o que abona sobre a autenticidade do documento fundamental da cultura vimaranense para os próximos anos.

Manuel Gama, professor da Universidade de do Minho, que coordenou, desde o primeiro momento, as raízes e os alicerces com que se fundou o PEMC acentuou que “os grupos de discussão foram muito diversificados”, desde o movimento associativo, com 65 organizações ouvidas, aos agentes culturais individualmente considerados, cerca de 110, através de um questionário validado em 363 respostas a outros encontros realizados ao longo deste processo.

Registam-se memórias, ouviram-se opiniões fortes, que abonaram “um forte investimento na cultura, na última década”. E sustentaram “a consistência da política cultural desenvolvida” bem como “o reforço no investimento e na formação”.

O vereador da Cultura defendeu o PEMC como “uma co-criação, de feições colaborativas”, um plano que “não é político, nem científico, que se processou em total liberdade e autonomia, num processo aberto que ainda continua a receber contributos até ao fim da sua discussão pública, final e generalizada”.

O diagnóstico refere “os principais problemas da cultura em Guimarães”, e um deles tem a ver como a forma como se comunica a cultura. A informação não circula entre o tecido associativo, os agentes culturais e o público, destacou Manuel Gama.

O coordenador do PEMC revela, entretanto, “boas práticas”, como o Impacta, Excentricidade, e outras iniciativas da Casa da Memória, do Bairro C, Guimarães Jazz, GUIdance, Orquestra de Guimarães;

“Sustenta as más práticas” como a mobilidade no território, das pessoas que não têm como chegar à noite aos eventos culturais. A centralização das actividades no CCVF é descrita como outra “má prática”, tal como a articulação entre agentes (insuficiente).

© Direitos Reservados

O diagnóstico das dinâmicas culturais é denso e não esconde críticas, acentua reflexões como o pós-CEC 2012 em que a vitalidade do movimento cultural não teve a dinâmica desejada.

Mostra como a relação da cultura com o património da Unesco, classificado, vive “num difícil equilíbrio” entre a actividade económica associada ao turismo e a qualidade de vida que se quer ter em Guimarães. O coordenador do diagnóstico evidenciou claramente que “o património cultural é essencial às políticas culturais” e que foram “baixas as expectativas do tecido cultura no pós-CEC 2012”.

Admitiu mesmo que “10 anos depois não houve oportunidades suficientes” para ir mais além na afirmação cultural, na comunicação da cultura e na evolução dos públicos, sendo que a falta de uma rede de transportes para usufruir de actividades culturais foi a mais notada.

Outro item abordado, foi “a presença digital do tecido associativo” uma lacuna que o portal do associativismo não resolveu por inércia das associações, que “o utilizaram quase nada, sobre na divulgação de documentos, na promoção de eventos”, uma verdadeira penumbra com origem no movimento associativo pouco dado a mostrar-se por dentro. “Ouviram-se críticas à ausência de comunicação mas no portal do associativismo não se registam os eventos” – destaca Manuel Gama.

O diagnóstico revela que o portal do associativismo mostra uma fragilidade digital do tecido cultural, pois, 56,3% das associações não têm página na internet, 21,3% utiliza as redes sociais e 18,6% tem uma presença digital autónoma.

Nesta teia de relações das associações e colectividades, a Câmara surge com uma centralidade o que não deveria ter.

Revela-se ainda que o movimento cultural precisa de “gente nova nas associações”, com a evidência de que são “os namorados” que estimulam uma presença maior nos eventos.

O Plano Estratégico Municipal da Cultura, será conhecido em consulta pública, após a última reunião de Fevereiro da Câmara Municipal onde vai ser apresentado.

Manuel Gama que coordenou o estudo com o Observatório da Políticas de Ciência, Comunicação e Cultura, do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, da Universidade do Minho, concluiu que “o diagnóstico é fiel à realidade”. E demonstra que “há problemas na cultura” que o PEMC pretende atenuar e ajudar a encontrar soluções.

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