Alunos dos cursos do Teatro e Artes Visuais da Universidade do Minho, manifestaram-se na cidade e defronte ao Teatro Jordão.
A causa próxima é o descontentamento que os alunos do ensino artístico entenderam demonstrar pelas condições que encontraram no espaço que habitam há dois meses, o renovado Teatro Jordão.
Recordam que esperaram 10 anos para que a licenciatura de Artes Visuais e a de Teatro, da Universidade do Minho visse as portas do TJ-GA (Teatro Jordão-Garagem Avenida) abertas, que “em menos de uma semana, estas desabaram, literalmente”.
No manifesto lido, à frente do Teatro Jordão, perante várias dezenas de alunos, com cartazes em que se inscreviam várias frases incómodas que exprimiam o seu sentimento, foram referidas várias anomalias sobre o funcionamento de um edifício recentemente inaugurado.
“Curtos circuitos, falta de internet sem fios, ausência de móveis novos, de tomadas disponíveis e em lugares acessíveis, falta de funcionários para o funcionamento dos bares, papelaria, secretaria e recepção”, foram salientados como factos negativos, na chegada dos alunos daquelas duas licenciaturas.
Alertam para a falta de planeamento sobre o espaço da escola, a falta de casas de banho – uma para rapazes e outra para raparigas e deficientes – em quatro andares do edifício. “A promessa de casas de banho mistas não foi cumprida”.
Outras faltas são referidas no manifesto como a falta de mesas, falta de água em metade do edifício, um espaço disfuncional, salientam.
Criticam que bares, reprografias, recepção e secretaria sejam espaços fantasma, fechados e com apenas dois funcionários. Também a falta de uma cantina é tida como factor negativo do funcionamento das faculdades de teatro e artes visuais.
“Estamos a pagar propinas por algo que não estamos a receber”.
Outras anomalias como as oficinas, os alunos considera não terem condições, o que significa que “estamos a pagar propinas por algo que não estamos a receber”.
📸 S.Amorim
“A licenciatura em Artes Visuais encontra-se actualmente com cadeiras instruídas em Braga e devia já estar incluído no valor das propinas os autocarros que ligam ambos os campus. De outro modo, não se compreende porque é que, não pagando, nos é bloqueado o acesso às diversas funcionalidades do site da Universidade” – salientam.
Os alunos de Teatro reclamam condições ambientais para as suas aulas, notando que “não há circulação de ar nestas salas”, e que “faltam cortinas em janelas” acentuando a falta de privacidade.
Nas seis páginas do seu manifesto, lido ao som de apupos e assobios, perante a denúncia das situações anómalas que encontraram, foi ainda salientado a realização de eventos pelos estudantes, na galeria da Garagem Avenida e no palco do Teatro Jordão, que se “encontram indisponíveis e só podem ser utilizados com a autorização da Câmara”.
“Mostras de trabalhos, eventos dos alunos e simples circulação é impedida incessantemente”.
“Nós, os estudantes, só podemos utilizar diversas partes do edifício, nomeadamente o seu exterior e até mesmo as entradas na parte superior ou na fachada principal do edifício, com permissão prévia. Isto significa que mostras de trabalhos, eventos dos alunos e simples circulação é impedida incessantemente” – ouviu-se da leitura do manifesto.
Sobre o horário em que a Garagem Avenida e o Teatro Jordão funcionam – entre as 8h até às 20h – os alunos reconhecem que este horário torna “impossível o trabalho dos estudantes de qualquer curso no edifício durante o horário pós-laboral”. E apontam uma solução de terem uma sala no campus de Azurém que serviria vários cursos e onde os alunos da licenciatura de Teatro “nem sequer uma sala possuem”.
Lembram os problemas de transporte que existem de Gualtar para Azurém e de Azurém para o Teatro Jordão, o que obriga ao uso do transporte privado sem estacionamento suficiente à volta do edifício.
Nesta situação, “torna-se impossível ficarmos satisfeitos com o ensino que recebemos apesar do edifício ser novo, visto que o que ganhámos com ele foi apenas tinta cara nas paredes e não boas condições” – reconhecem.
Na lista de exigências estão as falhas existentes que não permitem ter internet sem fios em todo o edifício, ter os serviços administrativos abertos, o material para a montagem da sala de aulas e oficias, salas de ensaio com privacidade, falta de uma biblioteca, transporte gratuito entre pólos, acesso ao Teatro Jordão, horário de funcionamento do edifício novo e mais alargado, iluminação interior, cacifos e balneários, casas de banho mistas.
📸 S.Amorim
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