Ganhar ao Vitória continua fácil para qualquer equipa e o Tondela veio a Guimarães conquistar o seu primeiro triunfo fora de portas.
Quando uma equipa reage nos últimos minutos do jogo, sujeita-se a perder depois de enfrentar um adversário resistente e que teve mérito de construir uma vantagem de dois golos que até podiam ser três. Ao somar a quarta derrota consecutiva, o Vitória não aproveita eventuais deslizes do Paços de Ferreira para chegar ao 5º lugar. E deixa o 6º lugar mais vulnerável e ao alcance de outros adversários.
João Henriques entendia que com Quaresma e Marcus Edwards no banco podia ganhar o jogo e dominar o adversário. Deu oportunidades a jogadores mais novos que entraram como titulares, uma espécie de equipa “política” de modo a agradar aos sócios, famintos de triunfos e sempre abertos às experiências com os mais novos.
© LPFP VSC
Porém, o Tondela tinha a lição bem estudada. Foi sempre uma equipa organizada, não cometeu erros, jogou com o melhor sistema que dava para surpreender o Vitória e contou com um espanhol inspirado. Mario González marcou os dois golos (27′, 76′) que estruturaram o triunfo do Tondela.
Já com a casa a arder, João Henriques apostou tudo nos últimos 10’ regulamentares do jogo que se tornaram em quase o dobro. A equipa construiu oportunidades mas o acerto do guarda-redes Trigueira foi sempre o último obstáculo às tentativas de ataque do Vitória.
Tal como noutros jogos e durante o campeonato, o Vitória reagiu e não agiu, fez sempre exibições irregulares, ora jogando bem na 1ª parte e fazendo uma 2ª pior e vice-versa. E o jogo com o Tondela foi espelho dessa irregularidade, da qual o adversário soube aproveitar jogando sempre na mesma toada e na parte final como um conjunto bem resistente.
João Henriques explica a quarta derrota consecutiva com uma simples verdade: “o jogo não correu bem, como foi planeado”. E com outros lugares comuns defendeu que, em casa, “o Vitória tem de ganhar mais vezes”, que os jogadores estão tristes porque “querem sempre fazer o melhor”. E acentua que “a equipa merecia ter mais sorte pelo trabalho que faz durante a semana”. E esquecendo o passado, volta a afirmar que “o foco está no próximo jogo, com o Portimonense”, para voltar “a ganhar os três pontos”.
No final do jogo e perante nova derrota, o treinador entende que não tem o seu lugar em perigo.
O Vitória alinhou com: Bruno Varela, Sacko, Jorge Fernandes, André Amaro (Miguel Luís 57′), Hélder Sá, Mikel Agu, André Almeida (Bruno Duarte 77′), André André, Rúben Lameiras (Marcus Edwards 77′), Rochinha (Quaresma 57′) e Óscar Estupiñán.
Notas de… uma primeira vez…
- João Henriques tinha admitido quando estava para defrontar o Sporting – que ainda não tinha perdido – que havia sempre uma primeira vez para acontecer;
- Foi com esta filosofia que o Tondela veio a ganhar ao Vitória, no que foi o seu primeiro triunfo fora, porque há sempre uma primeira vez;
- O Vitória continua a demonstrar que é um erro de casting, pois, com um plantel caro, com estrelas, com jogadores que custaram um balúrdio e que não são convocados, está a ter resultados tão díspares quanto desconformes;
- O relato do jogo pode mostrar que o Vitória jogou para ganhar, pelo que fez nos últimos minutos, mas a história vai registar a derrota caseira que se repete, o que não abona em favor da programação, escolhas, e apostas da época;
- João Henriques, a continuar com estes resultados, não consegue fechar a porta de saída do clube, uma substituição na equipa técnica, que é mais marca de instabilidade do que de rotação de plantéis, com escolhas acertadas;
- Óscar Estupiñán voltou a marcar um golo bonito na 1ª parte que poderia ser lenitivo para a equipa mas tudo continuou na mesma e só depois do 1-2 é que houve reacção sem golos;
- O Tondela ganhou com humildade, com sacrifício, com garra e quando não podia, pedia a ajuda da sorte que protege sempre os mais audazes, e quem marca golos e não quem os ameaça marcar;
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