Da forma como venceu, a equipa do Vitória deu sinais de estar a regressar ao novo normal…
Não fora, Óscar Estupiñán ter também a sua noite de azar e o triunfo do Vitória pela diferença mínima seria bem diferente. O melhor marcador da equipa teve dois remates para golo: um bateu no peito do guarda-redes contrário, o segundo foi desviado para canto. Em ambas as situações, a luta foi apenas entre o avançado e o guardião com este último a ter mérito na forma como não se deixou ficar entre os postes e desviou os remates à baliza.
Óscar não marcou mas deu a marcar e num passe curto colocou a bola em Rochinha que chegado à área e por entre jogadores boavisteiros, teve classe, arte e engenho para desferir um remate colocado, no fundo da baliza, de forma irrepreensível.
Atordoado pelo golo do Boavista, apontado num lance dentro da pequena área, com o peso e a memória carregada de maus resultados em jogos anteriores, a equipa do Vitória reagiu da melhor maneira, com algum nervosismo, um pouco atabalhoada e muita paciência. Foi para o balneário com um empate que lhe abriu as perspectivas de vitória e um tipo de jogo, já mais definido que retomaria depois.
No golo, André Almeida, foi uma espécie de bulldozer que levou tudo à sua frente, numa jogada de força, muito querer, vencendo todos os obstáculos até entregar a bola a Óscar que deu a Rochinha a oportunidade de o substituir na marcação de golos. Foi a jogada mais bonita do desafio, porventura a que melhor define o espírito da equipa e que só precisa de se repetir mais vezes.
O jogo um pouco irregular da 1ª parte, ficou para trás e após o descanso o Vitória tomou conta do jogo, somando oportunidades para dilatar o 2-1 e no final quase sofria o empate, coisa que acontece a quem vive da diferença mínima nos resultados.
Globalmente, o jogo da equipa, a prestação dos jogadores, a estratégia e a utilização dos alas – Rochinha e Edwards – tornam vivo o made in futebolístico da equipa, com a marca de João Henriques.
© LPFP LUSA
O técnico tem razão quando defende que a sua equipa está em construção. Poderíamos dizer que é um livro, cujas páginas se escrevem jornada a jornada, num enredo que vai agradando e desagradando aos adeptos do Vitória, cuja exigência não é proporcional à realidade. E o treinador sabe que nas páginas em branco, falta escrever os próximos capítulos, onde tem de contar histórias do agrado dos vitorianos, para que no final da época, a obra futebolística de João Henriques seja um best-seller e possa ser vendida a todos quantos gostam de futebol.
Mais uma arbitragem justa, sem que Fábio Veríssimo entrasse no jogo. O seu julgamento de bola na mão, por rodopio do jogador do Boavista, conforme as regras, deu a oportunidade de André André marcar de penalti, mais um golo, o sexto deste campeonato.
O Vitória alinhou com: Bruno Varela, Ouattara, Jorge Fernandes, Mumin, Mensah, André André (Miguel Luís 90′), Pepelu, André Almeida, Marcus Edwards (Rúben Lameiras 73′), Óscar Estupiñán (Noah 90′) e Rochinha (Mikel Agu 83′).
Notas de xadrez e não de cheque mate:
- Houve quem não tivesse notado, há umas jornadas atrás que depois de um período de sucessivas vitórias, a equipa sofria de um ligeiro desacerto, o que é normal quando os sinos de metade do campeonato dobram;
- O Vitória tal como outras equipas oscilam nas suas exibições em função do esforço despendido, da forma como cada jogador enfrenta este período de cansaço durante a temporada;
- Porventura, o calendário traiu as intenções da equipa, de técnico e jogadores, que gostariam de defrontar o seu rival desta época – Paços de Ferreira – em outro momento, numa luta directa pelo 5º lugar;
- André Almeida foi o autor do golo moral e magnífico de Rochinha. A sua teimosia de levar a bola desde o meio campo até à entrada da área e ainda ter “presença” para colocar dentro da área em Estupiñán, evidenciam o seu carácter de jogador com raça, a evoluir à medida que completa mais jogos;
- Edwards já não foi o jogador adormecido e amorfo de jogos anteriores, registando uma subida de forma, em benefício da equipa;
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