Contrariamente aquilo que pensam alguns (julgo que poucos) sócios do nosso clube, nada me move contra esta direcção.
Pelo contrário, fui um grande impulsionador desta direcção, mesmo antes de esta se apresentar às eleições. Tive até um voto público de agradecimento da parte do presidente do nosso clube, na véspera das eleições e para meu gáudio, vi este ser eleito e mais votado nas sete urnas, no dia eleitoral.
No entanto, se por acaso, não concordar com o plano elaborado pela direcção, venho por este meio manifestar a minha apreensão, independente dos resultados desportivos, que espero que sejam sempre positivos, como o de ontem com o Benfica.
É certo que remamos todos para o mesmo lado e as considerações que faço, desde o início, sobre a política de contratações, é tão somente a minha opinião, que vale o que vale, já que esta direcção foi investida para governar.
Vou tentar ser o mais claro possível e explicar se calhar melhor, o porquê da minha apreensão. Nunca fui contra uma política de contratação de jovens, mas sim contra a forma de a elaborar, pois esta tem que ser feita com rigor e não com compras ao quilograma.
Infelizmente, o Vitória foi sempre um clube de escassos recursos económicos, que deve ser sempre bem gerido para não aumentar uma dívida, já existente de grande monta. Essa dívida tem que ser paga e não aumentada, daí o rigor que eu entendo ser necessário. Não se acerta em tudo na vida mas reparem, quando nós vemos jogadores como o Mumin e Pepelu, ambos com 22 anos, e o André Almeida com 20 anos, vemos imediatamente que estes jovens vêm acrescentar qualidade ao nosso plantel.
É este tipo de jogadores que nós precisamos de contratar, para os podermos rentabilizar depois, quer desportiva, quer financeiramente. Este ano contratamos para o nosso clube 19 ou 20 jogadores e estamos a rentabilizar oito. Passo a citar: Trmal, Varela, Mumin, Sílvio, Quaresma, Pepelu, Jorge Fernandes, Lameiras. Só quatro têm menos de 25 anos e o Pepelu não é nosso.
Independentemente de serem jovens ou não, de serem nossos ou não, são apenas oito dos 19 que chegaram este ano. Os outros estão aí para encher plantel, mas sabemos que não vão acrescentar nada e alguns foram muito caros, como é o caso de Lyle Foster. Já no ano passado, entrou uma quantidade de jogadores e espremendo estes, salvou-se o Marcus Edwards. É contra esta situação que eu reservo as minhas apreensões e tem que ser revista. Quem aconselha a direcção a contratar, tem que ter outro critério, tem que ser mais rigoroso, senão tem que começar a ser responsabilizado.
Dito isto, quero endereçar os meus parabéns a esta direcção, por ter colmatado e bem, a saída de jogadores fulcrais da época transacta: Douglas e Miguel Silva, por Varela e Trmal; Pedrão por Abdul Mumin; Pêpê por Pepelu; Davidson por Quaresma; e finalmente João Carlos Teixeira (o meu preferido da época passada, embora compreenda a sua saída, derivado ao dinheiro que ganhava), pelo jogador que já merecia há muito mais tempo a sua oportunidade – André Almeida – lembro o golo e a exibição que fez no ano passado no Rio Ave e no domingo seguinte já nem fazia parte dos 17. Finalmente fez-se justiça.
Continuo a dizer, o que me preocupa é o excedente, que vai dar um trabalho dos diabos, para no final do ano se colocarem noutros clubes. Dito isto quero deixar uma palavra de agradecimento ao nosso treinador, João Henriques, grande treinador, nota-se que o grupo de trabalho é uma família e isso é meio caminho andado para a vitória. Tem tirado deste grupo de trabalho, tudo o que eles têm para dar, e nota-se que os jogadores estão de tal maneira confiantes que lutam pelo treinador e pelo clube com todas as suas forças e isso é uma satisfação para todos os sócios que rejubilam com estes feitos.
Depois, e se estas linhas que escrevo chegarem ao nosso amigo, engenheiro Fernando Santos, ele que esteja atento, sem chauvinismo, o digo encontra-se em Guimarães o melhor jogador português, a jogar em Portugal – Ricardo Quaresma – a idade não conta parece um menino que se está ali a divertir com a bola e para meu espanto, a ajudar a equipa quando apanhada em contra pé, ele defende, ele ataca, enfim, é um regalo para a nossa vistinha e os responsáveis pela seleção nacional não podem continuar distraídos. Não me vou referir ao Bruno Varela porque este já foi chamado e não vejo, quem possa ser melhor que ele. Gente responsável pela seleção nacional, estamos no século XXI e já bastava os anos 60 e 70 em que só iam à seleção os jogadores de Lisboa.
As gentes de Guimarães ficaram admiradas, quando chamaram, jogadores como o Romeu Silva (único jogador que começou no Vitória com 17 anos e regressou algumas épocas depois e que passou pelo Benfica, Porto e Sporting, sendo o único que jogou nos quatro grandes); o Osvaldinho; o Manuel Pinto; Joaquim Jorge; Abreu; António Mendes. Depois mais tarde outros jogadores se lhes seguiram (anos 80). Finalmente o Vitória metia jogadores na seleção nacional.
Por fim quero dizer, que quando escrevo o que me vai na alma, não quero melindrar, seja que sócio for, porque sei que puxámos todos para o mesmo lado, mas sim alertar para aquilo que eu não concordo.
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