O Vitória derrotou o Portimonense e sobe na tabela, devagar devagarinho, sem qualquer deslumbramento mas com muito combate.
O golo de André André colocou o Vitória no 5º lugar. Só perderá essa posição se o Paços de Ferreira ganhar ao Benfica. A história do jogo podia ter apenas esse capítulo, de um momento em que o jogador teve calma, driblou com magia e concretizou com classe suficiente para desfeitear a defesa do Portimonense.
O resto do jogo, é outra parte da história, onde o Vitória jogou com a velocidade permitida numa zona 30, de qualquer cidade, sabendo que se não pusesse o pé no acelerador podia sujeitar-se a uma surpresa, vinda da equipa agora orientada por um ex-treinador do clube – Paulo Sérgio.
Apesar de potenciais lances que podiam mudar o resultado fixado aos 32’, o Portimonense acabou por ser o adversário ideal para esta fase da prova, não se importando que o Vitória ganhasse, consecutivamente, por duas vezes, o que o coloca no cimo da tabela, entre os cinco primeiros, com a ameaça apenas do Paços de Ferreira que estando a dois pontos da equipa vimaranense poderá ficar a cinco se perder com o Benfica.
A história do jogo também é a história da equipa, cuja veia artística colectiva não satisfaz os mais exigentes apesar de ter uma componente de combate apreciável. O Vitória tem tido a sorte e o condão de não deixar o adversário superiorizar-se por golos marcados, pouco se importando com o domínio de bola e exibição artística. Neste jogo, o Portimonense teve mais posse de bola (47-53%) mas isso não bastou para mudar o curso do jogo, fixado com o golo de André André. Para defender a sua zona intermediária, o Vitória também não se importou de cometer mais faltas (20-17) que o adversário, o que torna esta equipa muito lutadora, pragmática, fixada num objectivo pontual, deixando o espectáculo para o tempo em que houver público no estádio.
É que sem apoios e apupos, a equipa do Vitória concentra toda a sua energia numa coisa simples que é lei no futebol: defender primeiro e atacar depois. E tem sido assim até agora, deixando os vitorianos desejosos de querer “sol na eira e chuva no nabal”, e o melhor de dois mundos. Desta vez, Varela foi mais um na equipa do Vitória, deixando as honras todas para André André.
© Vitória SC
O Vitória alinhou com: Bruno Varela, Sacko, Jorge Fernandes, Munin, Sílvio, André André, Pepelu, André Almeida (Miguel Luís 65′), Edwards (Maddox 72′), Bruno Duarte (Noah 86′), Rochinha (Quaresma 72’).
Curiosidades:
- Bruno Duarte voltou a ter influência em mais um golo com um passe excelente para André André fazer aquele brilharete;
- João Henriques insiste em rotinar esta equipa à base da qual monta o seu “onze” titular, dando confiança a quem joga, aproveitando para dar mais tempo de jogo a quem fica no banco;
- Paulo Sérgio que já orientou o Vitória enquanto treinador não conseguiu derrotar o seu antigo clube, apesar da magreza do resultado;
- João Henriques estava duplamente feliz pelo seu triunfo consecutivo e o primeiro em casa. E orgulhou-se disso, declarando que “era importante ganhar em casa”, depois de duas derrotas na fase anterior à sua chegada;
- O treinador destacou a consistência da equipa na defesa que lhe permitiu deixar o adversário com a posse de bola sem lhe permitir veleidades para marcar;
- Sobre o empurrão a Maddox que poderia ter dado penalti, João Henriques aceitou a decisão do árbitro e da intervenção do VAR;
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