Uma lua é um corpo celeste que orbita um planeta. Pode ser grande, como a nossa Lua, ou minúscula, como uma pedra cósmica a acompanhar um gigante. Já Úrano é um planeta gasoso e gelado, o sétimo a contar do Sol, distante, envolto em tons azulados causados pelo metano na sua atmosfera. É o terceiro maior planeta do Sistema Solar e, até há pouco tempo, sabia-se que tinha 28 luas conhecidas.
O telescópio espacial James Webb Space Telescope, o mais poderoso já colocado em órbita, alterou esse número. Em fevereiro, durante uma série de observações, detetou uma nova e discreta lua a orbitar Úrano. A descoberta foi anunciada pela NASA: o pequeno satélite tem cerca de 10 quilómetros de diâmetro e havia passado despercebido à sonda Voyager 2, que visitou o planeta há cerca de quarenta anos. A luz fraca e o tamanho reduzido explicam o seu longo disfarce entre as sombras do espaço.
Com esta, Úrano soma agora 29 luas. As outras têm nomes inspirados em personagens de William Shakespeare e Alexander Pope, mas esta ainda aguarda batismo. Metade delas são pequenas e mantêm-se próximas do planeta, como se dançassem em torno de um centro invisível.
A sonda Voyager 2, da NASA, foi lançada em 20 de agosto de 1977 com o objetivo de explorar os gigantes do Sistema Solar. A bordo está também o famoso disco dourado, o Voyager Golden Record – uma placa de cobre banhada a ouro que contém cerca de 115 imagens, sons da Terra (como ondas, trovão, cantos de pássaros), saudações em 55 línguas e uma seleção de músicas de várias culturas. O objetivo é comunicar a nossa existência e o planeta Terra a qualquer forma de vida inteligente que porventura a encontrasse.
Cada nova descoberta como esta recorda-nos a persistência da ciência. Mesmo no silêncio gelado de Úrano, há sempre algo por revelar. O James Webb, com o seu olhar paciente e preciso, amplia o nosso entendimento do cosmos e lembra-nos que o desconhecido continua a expandir-se, convidando-nos a procurar, a questionar e a admirar.


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