O processo como Luís Soares, presidente da comissão política do PS local, preparou e conduziu a mudança na Mesa da concelhia – um órgão do partido – continua a suscitar reacções e repulsa de alguns militantes que não se escondem de manifestar o seu descontentamento.
Texto de: José Eduardo Guimarães
Isilda Silva, militante e presidente da Junta de Freguesia de Longos, foi eleita para o secretariado numa lista apresentada por Luís Soares, e por discordar da forma como “se tratam as pessoas no partido”, apresentou a sua demissão no dia seguinte (23).
“O que vi na noite de 22 de Junho, por videoconferência foi suficiente para me demitir do secretariado” – confirma Isilda Silva ao nosso jornal.
A autarca de Longos, aceitou o convite de Luís Soares, “num contexto diferente daquele que resultou da reunião de 22 de Junho” e, por isso, enviou por email ao presidente da comissão política, o seu pedido de demissão, na manhã de 23 de Junho.
“Fico triste com tudo o que está a acontecer à volta do partido” – confessa Isilda Silva que apesar de apoiar Ricardo Costa para a Federação Distrital do PS, “não me impedia de dar o meu contributo ao PS, em Guimarães, enquanto militante”.
Sobre o processo que levou à mudança na Mesa da concelhia, Isilda Silva não hesita em sustentar que “não me revejo na forma como estão a tratar as pessoas e a amizade entre as pessoas que deve existir para além de divergências de opinião”.
“Estarei sempre disponível para ajudar no que for preciso dentro dos meus princípios e sempre a pensar no bem comum…”
“Estarei sempre disponível para ajudar no que for preciso dentro dos meus princípios e sempre a pensar no bem comum” – escreveu Isilda Silva no email – que nos facultou – de renúncia ao cargo no secretariado do PS.
Apesar de ter enviado o email de demissão, na manhã de 23 de Junho, o certo é que, ao fim da tarde (20h30), desse dia, o PS Guimarães divulgava no Facebook a lista dos militantes eleitos para o secretariado. E ali figurava ainda o nome de Isilda Silva.
Curiosamente, Luís Soares que havia sido eleito com uma base sustentável de apoio, para presidir à comissão política com o slogan “#Todos a Somar”, num espaço de 24 horas perdeu apoios importantes no PS, pois, também Manuel Silva se descartou de apoiar o presidente da comissão política, perdendo o apoio de militantes em que ele se tinha apoiado ao longo do tempo para ser eleito não apenas como presidente da comissão política como para facilitar a sua escolha como deputado.
A actualidade do PS em Guimarães continua viva e imprevisível no futuro de curto prazo, com alianças de ocasião, interesseiras, cruzadas e conjunturais, entre tendências desavindas e a fulanização de políticas e cargos, evidenciando sinais de que Luís Soares perdeu mesmo o controle do partido, reforçando o peso indirecto de Domingos Bragança – que com Nélson Felgueiras e Paulo Silva – são agora “membros convidados” do secretariado, figura não estatutária, que Luís Soares inventou para fazer entrar no órgão executivo, pessoas que sempre estiveram ao lado de Domingos Bragança.
Não deixa de ser curioso que aqueles que Luís Soares, há tempos atrás, afastou da liderança do partido, estão todos de volta, e colocados pelo presidente da comissão política que lhes estendeu uma autêntica passadeira vermelha, de modo a sustentar as suas teses de golpe palaciano, que desvia da rota do poder os seus amigos e “compagnons de route” na sua ascensão e afirmação no partido que agora abandona, não se sabendo à luz de que interesses.
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À muito tempo percebo que a comissão política e o secretariado na concelhia de Guimarães , está a ser construída por interesseiros. Parece que o Luís Soares está a querer formar o grupelho/interesseiros dele e colocar à volta um arame farpado para que mais nenhum militante possa lá entrar.
Na minha modesta opinião ele está a destruir o PS em Guimarães , depois não se queixe de fracas votações em foturas eleições .