Foi o herói para o Betis e o carrasco de um Vitória que criou, em Sevilha, a ilusão de ser capaz de cometer uma proeza histórica, na Conference League. Bakambu fez um par de golos hoje e já tinha marcado um no primeiro jogo.
Tornou-se na referência da equipa que cedo incomodou o Vitória, retirando-lhe a iniciativa, e o discernimento, baralhando por completo o plano de jogo de Luís Freire.
O Betis teve sempre o jogo na mão: foi mais inteligente, mais frio e mais rápido nas transições, atacou a bola a cada tentativa do Vitória de seguir em frente, fê-lo pela esquerda e pela direita e aproveitou-se da lentidão dos centrais vitorianos que se revelaram dóceis e lentos.
A equipa espanhola entrou determinada, trocando bem a bola, deixando atónitos Tiago Silva, Tomás Händel e João Mendes – que sofreu uma pressão enorme que lhe estancou o seu ímpeto ofensivo.
Manuel Pellegrini montou um esquema bem simples, anulando a alegria de jogar aos homens de Freire e aproveitando-se da sua lentidão e das suas perdas de bola. E deu trabalho a Bakambu e Antony que à esquerda e à direita atacaram ‘forte e feio’ a área da baliza de Bruno Varela.
Os golos, de boa execução de Bakambu: o primeiro (5’) é uma má abordagem de Toni Borevković que perde no duelo com o congolês e segue até à baliza metendo a bola entre as pernas de Bruno Varela; o segundo (20’) é a concretização, de cabeça, à frente da baliza, depois de facilidades concedidas pela defesa.
Já na segunda parte – e quando o Vitória exibia um jogo vistoso, de troca de bola e passes largos, eis que volta a perder a bola, deixando Antony (58’) correr até perto da baliza, disparando com o pé esquerdo sem apelo nem agravo.
O quarto que encerra uma goleada inesperada, foi concebido por Antony e concretizado pelo incontornável Isco (80’).
O Vitória teve a sua melhor jogada com Nélson Oliveira (39’) a atirar por alto, depois de um slalom de Hevertton Santos que proporcionou um remate de Nuno Santos que o guarda-redes Vieites defendeu. O ponta-de-lança vitoriano, na recarga, atirou longe da baliza.
Miguel Maga (54’) atirou por cima à frente da baliza, a passe de Telmo Arcanjo, esbanjando a oportunidade de o Vitória fazer um golo. Este era apenas um mero sinal de um Vitória mais atrevido, depois do intervalo, recuperando o seu estilo de jogo.
Depois de 14 jogos invencível, o Vitória cai com a primeira derrota, numa campanha europeia inesquecível, frente a um Betis que merece seguir em frente.
O Vitória alinhou com: Bruno Varela, Hevertton Santos (Miguel Maga 46’), Toni Borevković, Mikel Villanueva, João Miguel Mendes, Tiago Silva, Tomás Händel (Benedito Mukendi 73’), João Mendes (Samu Silva 60’), Umaro Embaló (Telmo Arcanjo 46’), Nuno Santos, Nélson Oliveira (Jesús Ramírez 76’).
Amarelos: Umaro Embaló (43’), Nélson Oliveira (46’), Tiago Silva (49’), João Miguel Mendes (70’), Miguel Maga (78’).
Foto © Vitória SC
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