Há, em Guimarães, um local de culto dedicado a um santo intercessor contra epidemias. Uma capela na freguesia da Costa alberga São Roque, protetor contra a peste e padroeiro dos inválidos, cirurgiões e de diversas profissões ligadas à medicina. São Roque surge representado em trajes de peregrino. Um dos seus joelhos é geralmente mostrado com a perna desnudada, sendo aí visível uma ferida da peste bubónica na Europa. A chaga distingue-o de todos os outros santos.
Como complemento, um cão aparece a seu lado trazendo-lhe na boca um pão. No Século XIV, São Roque visitou Roma onde rezava diariamente sobre o túmulo de São Pedro e onde também curou vítimas da peste. Na viagem de regresso a Montpellier, ao chegar a Piacenza, foi ele próprio contagiado pela doença, que o impediu de prosseguir a sua obra de assistência. Para não contagiar alguém, isolou-se na floresta próxima daquela cidade.
“Diz a lenda que teria morrido de fome se um cão não lhe trouxesse diariamente um pão e se da terra não tivesse nascido uma fonte de água com a qual matava a sede…”
Diz a lenda que teria morrido de fome se um cão não lhe trouxesse diariamente um pão e se da terra não tivesse nascido uma fonte de água com a qual matava a sede. Mais localmente, no Século XVI, muitos vimaranenses refugiaram-se na zona de São Roque para fugirem à peste e estarem mais perto do santo protetor das epidemias.
Em 2020, desde este mês de março, a Sineta da Capela de São Roque tem tocado três vezes ao dia: 08h58, 12h58 e 18h58. É o Toque das Trindades, o convite à oração, que se repete à mesma hora na Igreja da Costa. Em todo o mundo, a “festa de San Rocco” celebra-se a 16 de agosto.
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