Setembro é o mês dos regressos, ou, como se diz na política, da rentrée. Não é um mês mais importante, mas sim um mês diferente. Os políticos, na sua esmagadora maioria, voltam ao trabalho e, com eles, regressam as questões do costume: a regularidade e qualidade dos transportes públicos, o número de auxiliares e professores nas escolas, o estado da saúde e a preparação para mais um inverno, e tantas outras questões já amplamente discutidas, mas ainda por resolver.
Com tudo isto, começam as propostas e previsões dos orçamentos, sejam eles o do Estado, os regionais, os municipais ou os igualmente importantes, mas completamente dependentes dos restantes, que são os orçamentos das juntas de freguesia.
Setembro de 2024 marca também o início de um fim. Dentro de um ano, Portugal irá novamente a eleições, as Autárquicas, o momento de escolha daqueles que são a primeira linha de representatividade e defesa dos nossos interesses. E em Guimarães será, com toda a certeza, uma cara nova a liderar o município.
Abre-se então a época da caça, não aquela antiga batalha Homem vs. Animal, mas sim um período estranho de Homem vs. Homem, conhecido como a caça ao voto autárquico. Os partidos nomeiam os seus representantes, estes apresentam os programas eleitorais, e, perto da data, chegam os debates, onde todos os candidatos comparam, defendem e atacam as ideias e propostas uns dos outros.
“Sempre considerei as ações dos homens como os melhores intérpretes dos seus pensamentos.” – John Locke
Devemos, por isso, todos refletir. Relembrar, reler e analisar o que foi dito e prometido na campanha de 2021 e comparar com o que foi feito. Para sermos justos, devemos subtrair o impossível de concretizar deste resultado, mas somar esse mesmo impossível à incapacidade dos agentes políticos que nos governam de serem sérios com a população e consigo próprios.
Voltando à análise: aqueles que votaram nos vencedores não encontrarão 50% do programa cumprido, obviamente, e os restantes nem 1%. Mas é diferente governar e ser o executivo daquilo que é o trabalho de fiscalizar e elucidar o poder, enquanto opositores. E desses 50% cumpridos, grande parte já estava em fase de resolução na pré-campanha.
Resumindo, no regresso à política, em fase de aquecimento dos motores, reflitam, analisem e verão que andamos há anos a marcar passo no crescimento concelhio, devido às sucessivas promessas repetidas e falhadas por parte do poder. É tempo de outros mostrarem o seu valor, cumprirem os seus programas e alavancarem a cidade que, um dia, foi a capital da maior e melhor nação do mundo.
Pois o sucessivo governo vimaranense demonstra, repetida e expressivamente, que não pensa na comunidade, mas sim nos seus – um grupo reduzido e escolhido de pessoas.
Que seja, então, dentro de um ano, por Guimarães e pelos vimaranenses.
© 2024 Guimarães, agora!
Partilhe a sua opinião nos comentários em baixo!
Siga-nos no Facebook, Twitter e Instagram!
Quer falar connosco? Envie um email para geral@guimaraesagora.pt.