A reunião da comissão política do PS, para instalar os órgãos eleitos, começa às 21h00. Ricardo Costa vai apresentar o acordo com Vítor Oliveira, o que significa juntar mais 143 votos à sua maioria. E deixa de fora quase metade do partido, aglutinado em torno de Paulo Lopes Silva, 45% em função das últimas eleições internas.
Vítor Oliveira acordou com Ricardo Costa a indicação de Castro Antunes para a mesa da comissão política; um elemento da sua lista para o secretariado e um lugar “com dignidade” para Adelina Pinto. O “negócio” político envolve ainda a indicação da actual vice-presidente da Câmara para presidente da mesa da Assembleia Municipal ou quiçá a sua indicação para deputada na Assembleia da República, quando houver novas eleições autárquicas e legislativas.
Mas este acordo e negócio pode ter uma cláusula confidencial: a inclusão do próprio Vítor Oliveira na futura lista de vereadores candidatos à Câmara Municipal.
Ricardo Costa que passou a semana em reuniões com Paulo Lopes Silva para encontrar uma unidade mais forte, acabou por não considerar as reivindicações do actual vereador da Cultura: queria cinco elementos no secretariado – o orgão executivo do partido – e prescindia de um lugar na mesa da assembleia concelhia, depois de ter iniciado negociações para ter dois.
O actual presidente da comissão política cedeu aos ‘falcões’ da sua ala e deixou vingar – também porque lhe convinha – a tese de Paulo Renato – de que um acordo com Vítor Oliveira era mais “barato” do que com Paulo Lopes Silva. A cedência de Ricardo Costa ao seu clã, muito defendida por alguns presidentes de Junta e outros que o apoiam, era de que a cisão do PS ficava já decretada com esta repartição do poder interno, acreditando uns tantos que, logo que a comissão política indique Ricardo Costa como candidato à Câmara, o exército de Paulo Lopes Silva se desfaz e vai para a reserva porque “muitos quererão estar do lado de quem pensam têm poder”. De “um dia para outro” – acreditam.
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