António Miguel Cardoso explicou o modo, o tempo e os factos decorrentes da rescisão de Álvaro Pacheco que, ontem, informou o Vitória em não querer continuar à frente da equipa.
Daí que, hoje, de manhã, foi Rui Cunha quem orientou o treino e sentar-se-á no banco no jogo com o Arouca. A nova equipa técnica também incluiu Douglas de Jesus, Nuno Madureira, João Tiago Ribeiro, Celso Andrade e Francisco Martins.
O presidente da Vitória SAD explicou a oportunidade do esclarecimento necessário, depois da confusão criada com um repasto do treinador na semana anterior ao jogo com o Rio Ave.
“A partir do jogo, em casa, com o Boavista, realizado a 27 de Abril, o Vitória tinha legítimas expectativas de ascender aos lugares cimeiros da classificação, o que exigia de todos os intervenientes, atletas, equipa técnica e dirigentes, total dedicação e foco exclusivo em cada um dos últimos três jogos do campeonato”.
E depois de 29 de Abril e após “os graves problemas com os quais nos confrontaram”, era necessário que “fossem tratados de forma sensata, a não destabilizar a equipa e a prosseguir o foco no que é o mais importante, que eram e são, os interesses do Vitória”.
Agora, era o momento, de contar a versão do Vitória, dar nota da paciência tida pelos responsáveis perante as afirmações do treinador e deixar claro que os administradores agiram com responsabilidade na defesa do clube.
António Miguel Cardoso mostrou “a realidade que vem rodeando a equipa principal do Vitória nestes últimos tempos”, depois da rescisão do treinador e da necessidade de dar estabilidade ao futebol vitoriano, já a braços com as tarefas de preparar a nova época.
Os factos, são:
- A administração da SAD vitoriana acedeu a autorizar o treinador a encontrar-se com representantes do Cuiabá a pedido do representante de Álvaro Pacheco. Mas colocou uma condição: “não se oporia à realização dessa reunião, mas sob condição de que acontecesse de forma discreta e totalmente sigilosa, condição que deixou ficar bem clara”.
Álvaro Pacheco ao tirar a fotografia num restaurante lisboeta não respeitou essa exigência mas agradeceu a autorização, pelo telefone.
- “Quer o treinador Álvaro Pacheco, ou o seu representante, nunca informaram o presidente do Vitória do dia, hora e local onde pretendiam reunir-se com o clube brasileiro”.
Daí que a escolha do dia e local do encontro fosse de inteira responsabilidade de Álvaro Pacheco.
- O treinador sabia que no dia 29 de Abril (Segunda-feira) já estava marcado “um evento da estrutura do futebol com a participação de jogadores, treinadores, elementos do departamento médico e restantes membros do staff, com o objectivo de fortalecer o grupo de trabalho e os seus laços emocionais, e a todos motivar positivamente para que nos três últimos jogos do campeonato fossem cumpridos os objectivos então ao alcance do Vitória”.
- E “surpreendentemente, o treinador Álvaro Pacheco faltou a esse evento para se reunir com os representantes do clube brasileiro”, fazendo-o “sem informar qualquer dirigente do Vitória nem qualquer responsável pela estrutura da equipa”. E “apenas terá comunicado essa ausência a um dos capitães, alegando motivos pessoais”;
- “Os responsáveis pelo Vitória são confrontados com uma fotografia do treinador Álvaro Pacheco, na manhã de 30 de Abril, partilhada numa rede social por um sobejamente conhecido restaurante de Lisboa, especificamente pelo universo do futebol, acompanhado por uma outra pessoa, e com o seguinte comentário: “Resistirá o treinador português ao anunciado chamamento brasileiro?”;
- António Miguel Cardoso não gostou desta publicidade e um encontro que devia ser sigiloso e “ligou para o representante do treinador dando-lhe conta da gravidade dessa situação e do seu desagrado pelo completo desrespeito pelas condições acordadas relativamente à discrição e sigilo na realização da reunião, e que perante o que havia acontecido o treinador Álvaro Pacheco tinha de clarificar se estava na disposição de permanecer como treinador do Vitória e cumprir o contrato que mantinha com o clube até ao final da próxima época, ou se queria desvincular-se de imediato”;
- Na antevisão do jogo seguinte, Álvaro Pacheco reitera que tem contrato com o Vitória mas não conta mais pormenores das consequências do seu acto nem da reacção dos jogadores que perceberam que afinal os interesses pessoais que não deixaram o treinador participar na reunião do plantel, era ‘gato escondido com o rabo de fora’.
- Os dirigentes do Vitória foram informados que, afinal, “a intenção e vontade do treinador Álvaro Pacheco era abandonar o Vitória no final desta época, resposta dada pelo seu representante”.
- E mais tarde tomaram conhecimento de que “o treinador Álvaro Pacheco abordou adjuntos da equipa principal, e que faziam parte da estrutura mesmo antes da sua chegada ao clube, – casos de Douglas e Rui Cunha – para a ele se juntarem naquela que seria a futura equipa técnica do clube brasileiro”;
- Também vieram a saber, mais tarde, que o namoro entre Álvaro Pacheco e o Cuiabá fez-se por “diversas reuniões através de vídeo-conferência, sem que disso tenha dado conhecimento aos responsáveis do Vitória”.
Finalmente, ontem à noite, (14-05-2024), “o presidente do Vitória Sport Clube foi contactado pelo representante do treinador Álvaro Pacheco, informando-o de que o treinador apresentava a sua demissão, com efeitos imediatos, o que, atento as circunstâncias, foi aceite”.
“Estes são os factos” – disse, no final da sua intervenção António Miguel Cardoso que “sobre eles, os vitorianos formarão as suas convicções e conclusões”.
Revelando confiança no futuro, e de que por ‘morrer uma andorinha não acaba a Primavera’, o presidente, não tem dúvidas de que “no Vitória, todos, repete-se, todos, somos prescindíveis e todos temos a obrigação de defender e salvaguardar os interesses do emblema que devemos honrar e proteger”.
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