Partindo de Lisboa, a bordo do vapor São Miguel, no dia 8 de Junho de 1924, Raúl Brandão iniciou uma viagem que daria origem à obra intitulada ‘As ilhas desconhecidas, notas e paisagens’, que, no dizer do poeta e crítico literário Pedro da Silveira (1953), é um “(…) dos maiores livros da literatura de viagens de todos os tempos da Literatura Portuguesa. (…) Ao pé disto, tudo o mais que estranhos escreveram acerca dos Açores é música desafinada (…)”.
Na nota de abertura do livro, diz Raúl Brandão:
“Este livro é feito com notas de viagem, quase sem retoques. Apenas ampliei um ou outro quadro, procurando sempre não tirar a frescura às primeiras impressões. Tinha ouvido a um oficial de marinha que a paisagem do arquipélago valia a do Japão. E talvez valha… Não poder eu pintar com palavras alguns dos sítios mais pitorescos das ilhas, despertando nos leitores o desejo de os verem com os seus próprios olhos!…”
‘As Ilhas desconhecidas’ de Brandão traduzem, por um lado o modo de ler e sentir os lugares e as pessoas das ilhas dos Açores e da Madeira, que o escritor fixou no registo-memória da sua viagem literária, e, por outro lado, permitem revisitar ou conhecer o passado das comunidades dos arquipélagos açoriano e madeirense, nos aspectos culturais e sociais, e nas interacções com as particularidades do território.
A exposição ‘As ilhas desconhecidas, nos 100 anos da viagem de Raúl Brandão aos Açores e à Madeira’, proporciona o conhecimento do método de recolha/ produção da obra que o escritor dedicou às ilhas dos Açores e da Madeira, assim como das impressões que algumas figuras da literatura, portuguesa e galega, lhe dedicaram.
A exposição está patente na Sociedade Martins Sarmento, de Terça a Domingo, das 10h00 às 12h30 e das 14h30 às 17h30, entre os dias 12 de Março e 21 de Abril de 2024.
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