É um testemunho vivo de como a força de vendas das empresas vimaranenses é composta por homens e mulheres, afinal, gente dedicada, experimentada e tão resiliente no exercício da sua função quanto as empresas em manter viva a sua chama industrial e comercial.
José Luís Zamith é seguramente um dos “decanos” dos comerciais que frequentam a Heimtextil. E nela participam há mais anos.
Lembra-se que foi em 1986, ou seja há 38 anos que iniciou a sua aventura no comércio internacional. “Na altura, vínhamos todos na delegação do hoje Aicep, e formávamos uma ilha de empresas portuguesas, num stand único, muito rudimentar” – recorda.
O actual director comercial da Neiper Home caricatura a presença portuguesa, ao jeito de então: “éramos o Paquistão da Europa”, vendendo um produto muito diferente do que é mostrado hoje em feiras e certames internacionais.
Sublinha que todos “vendíamos pelo preço, o mais baratinho de todos”, daí a alusão ao Paquistão, não havendo naquela altura a cultura de produto que distingue actualmente o têxtil-lar português.
Explica que o salto dado no têxtil-lar como produto de valor acrescentado, deve-se à evolução nos salários, a uma maior profissionalização de competências, contratação de gente especializada em diversas áreas, como o design ou marketing em que todos acabavam por dar um contributo importante que influencia e influenciou a imagem do têxtil-lar.
“Mesmo em termos industriais a evolução foi enorme porque as empresas enriqueceram os seus parques de máquinas e nas fábricas há outros homens e mulheres, costureiras, tintureiros e outros que formatam os produtos de qualidade que hoje todos vendemos”.
Acredita que Portugal beneficiou muito do desaparecimento da indústria têxtil em países da Europa como Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Reino Unido e outros.
“Se em Portugal se continuasse a fazer o produto como há 30 anos, a indústria têxtil já não existiria hoje com a pujança que se lhe reconhece e com a qualidade que encanta todos os clientes, europeus, americanos e outros” – sustenta José Luís Zamith.
Dá mais exemplos, de como o produto português se valorizou, lembrando que “hoje não há nenhuma empresa que não tenha um gabinete de design. A Neiper Home tem cinco pessoas que elaboram a propostas para satisfazer e afirmar a criatividade da empresa junto dos seus clientes”.
E mostra que há uma alma têxtil enorme que vai à luta, resiste, cai e levanta-se. Concluiu afirmando que “em Portugal há duas ou três empresas que têm os dias contados, outras que sobreviveram e as que sobreviveram já não vão morrer depois de tudo porque já passaram. E foi muito”.
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