Era uma vez… num Sábado e num dia à tarde que virou noite, com muita chuva, o Vitória encontrou o Chaves, de Moreno, o treinador com quem nunca perdeu e tinha somado sete pontos.
No banco vitoriano, estreava-se Álvaro Pacheco, num estádio emblemático, tal como no relvado o fazia Ricardo Mangas.
Ninguém conhecia a história do jogo, nem prognósticos havia sobre o resultado e muito menos sobre a performance dos jogadores.
João Mendes, inspirou-se num remate, ainda não havia decorrido um minuto de jogo. E a bola bateu na parte de fora do poste e saiu para lá da linha de fundo.
Começou a perceber-se que o perigo vinha das iniciativas e espontaneidade de João Mendes e do querer e da raça de Jota Silva.
Ambos bailavam com a bola, num jogo que começou competitivo mas pouco emocionante. Jogar pela seguro era o que faziam as duas equipas mesmo depois de João Mendes (3′) ter marcado o primeiro golo, num cruzamento de Jota Silva descaído e isolado à direita.
Estava escrito que mesmo com a chuva da noite e as palmas para Moreno, dos adeptos do Vitória, no início do jogo, a estrela da companhia seria primeiro João Mendes, com três remates à baliza, uma assistência para o golo de Jota e ainda um golo, e um entendimento quase perfeito com o sempre fogoso ala vitoriano.
O Chaves tentava jogar o jogo pelo jogo e ia marcando alguns cantos. Não deixava de tentar mudar o resultado. E Rúben Ribeiro (34′) teve a melhor ocasião quando rematou para Bruno Varela defender e perder a bola… para mais um canto.
O jogo subia de emoção com intensidade relativa. Criavam-se oportunidades para alterar o resultado. Jota Silva e João Mendes somavam mais e Rúben Ribeiro teve a melhor para o Chaves.
O jogo entrou numa fase de muitos passes errados. Álvaro Pacheco massacrava a defesa dos flavienses colocando Jota Silva à esquerda e à direita, alternando a frente de ataque. Era ao seu estilo, como pretendia.
Havia ali algo que fazia mexer a equipa, numa velocidade de cruzeiro, que deixava o Chaves atónito. E surgia o 2-0 por Tomás Händel a concretizar uma assistência de Dani Silva, num lance em que o banco do Vitória se levantou todo para pedir um segundo amarelo para Yorg Nogueira por uma falta – que não interrompeu a jogada; do banco veio o pedido de uma expulsão que só aconteceu depois do golo marcado por Tomás Händel dentro da área, num remate colocado.
Com disponibilidade para jogar à bola, a equipa do Vitória acentuava o seu jogo, insistindo em chegar à frente e ao golo, ora por incursões pela esquerda ou direita, com passes mais curtos entre os jogadores.
Jota (45’+2′) marca o 3-0 numa jogada individual sobre a esquerda e com um remate colocado já dentro da área.
Chegou o fim do primeiro tempo e notava-se que o carrossel esquematizado por Álvaro Pacheco funcionava na perfeição. E o Chaves pouco podia fazer.
Ao mesmo ritmo, com a mesma ambição, o mesmo timbre futebolístico, outro jogador dava nas vistas: Ricardo Mangas. O lateral começou a fazer toda a ala esquerda. E foi dele o cruzamento para André Silva (53′) marcar o quarto num lance disputado com um defesa do Chaves.
Os golos não acabaram e surgiram de forma natural com Manu Silva (90’+1′) a marcar o quinto, num canto de Dani, numa goleada histórica.
O Vitória com três golos nos 45’+2′ minutos de jogo e dois depois do intervalo deixava no relvado um desempenho positivo e natural, perante 12984 espectadores.
Era uma vez… uma revolução tranquila, feita por homens simples, numa equipa que gosta de jogar à bola, fruto de muitos mitos que se esvaneceram no tempo mais recente… na equipa, no clube e no futebol!
O Vitória alinhou com: Bruno Varela, Jorge Fernandes, Manu Silva, Tomás Ribeiro, Bruno Gaspar (Miguel Maga 77’), Dani Silva, Tomás Händel (nelson da Luz 85’), João Mendes (Nuno Santos 66’), Ricardo Mangas (Afonso Freitas 77’), Jota Silva, André Silva (Safira 66’).
Golos: João Mendes (3’), Tomás Händel (43’), Jota Silva (47’), André Silva (52’), Manu Silva (91’).
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