- O presidente da Junta de Lordelo é o quarto entrevistado de uma rubrica que pretende fazer o balanço das freguesias na primeira metade do mandato 2021-2025.
- Manuel da Costa Teixeira preside à junta desde 2013, pertencendo ao Partido Socialista. Lordelo tem cerca de 4287 habitantes e ocupa à volta de 4,97 km² de área do concelho de Guimarães.
Estamos praticamente a meio do mandato que se iniciou em 2021 e termina em 2025. Que balanço pode fazer destes dois anos transactos e perspectivas para os próximos?
Saídos de uma pandemia e com surgimento de uma guerra, os problemas com as obras e com os projectos ficaram dificultados, com sucessivos atrasos, causando-nos, por isso, grande embaraço na nossa habitual gestão. Podemos dizer que nos últimos dois anos as obras programadas não avançaram e esperamos que já no corrente ano, e próximos anos, possamos ver todas elas realizadas ou em curso.
Quais têm sido os principais desafios e conquistas desde o início do seu primeiro mandato à frente da Junta de Lordelo?
Desde o primeiro mandato o nosso foco foi o progresso, a melhoria da qualidade de vida da população, criar infraestruturas que, de alguma forma, pudessem valorizar a nossa Vila e o seu estatuto como uma das grandes Vilas do concelho. Alguns projectos conseguimos que fossem desbloqueados, outros que fossem retomados e no final destes anos podemo-nos orgulhar de ter um parque de lazer de excelência, um parque de fitness, uma casa das artes, um centro associativo, uma melhor rede viária, uma parque industrial – sinal de forte progresso no sector industrial e comercial.
“A fixação dos jovens só será possível criando condições nesta área, quer seja através da aquisição de casa própria, quer seja em regime de arrendamento.”
Segundo os dados da Câmara Municipal, a Vila de Lordelo tem um índice de envelhecimento de 129,4%. Tem medidas previstas para combater esta percentagem? A freguesia está preparada para dar resposta à realidade etária da população?
Juntamente com a Câmara e o seu departamento urbanístico, estamos a traçar um plano estratégico com vista à fixação de pessoas e empresas e, para isso, estamos focados na habitação e, em especial, no que diz respeito aos programas de habitação a custo controlado. A fixação dos jovens só será possível criando condições nesta área, quer seja através da aquisição de casa própria, quer seja em regime de arrendamento. Com a revisão do novo PDM em curso, julgamos que obteremos uma resposta positiva.
A Junta de Freguesia de Lordelo promove algum tipo de incentivo à natalidade e/ou à fixação de população jovem? Que medidas têm implementadas ou pretendem implementar?
Não temos qualquer incentivo para a promoção da natalidade ou fixação da população jovem, o que tentamos fazer é insistir, junto das entidades competentes, sobre o problema da habitação, que por si só será uma alavanca para este problema de fixação de população.
Tendo em conta a era digital em que vivemos, tem planos para uma modernização tecnológica dos serviços da Junta?
Julgamos que os serviços que dispomos correspondem às necessidades e exigências da nossa Vila, no entanto, estaremos sempre abertos e disponíveis aos novos desafios tecnológicos.
O Presidente da Câmara tem expressado a vontade de criar um metro de superfície entre a cidade e Lordelo. Como é que a Junta se posiciona em relação a este assunto? Quais são as perspectivas para o futuro desse projecto?
Ainda não temos conhecimento, ou ainda não nos foi apresentado o projecto, mas naturalmente vemos com muito interesse todas as hipótese que vão ao encontro de uma melhor mobilidade.
📸 GA!
Qual é o orçamento previsto para este ano? Quais são as principais actividades/planos estipulados nesse orçamento?
Para o ano 2023, apresentamos um orçamento bastante ambicioso em termos de valores e que ronda os 390.000€. Construções diversas na vertente viária constituem cerca de 50% do orçamento. Intervenções/trabalhos com vista ao melhoramento do nosso Parque de Lazer também estão previstos. O arranque do novo quartel da GNR também julgamos que ocorrerá ainda no decorrer do primeiro trimestre e uma outra obra que se reveste de grande importância, a plataforma de acesso à estação do lado do Parque Industrial de Mide, deverá ocorrer até ao final do ano. Com projecto aprovado e o primeiro concurso para execução da obra a ficar deserto, o novo procedimento concursal está já em curso.
“O financiamento da Câmara nunca será suficiente para os nossos anseios.”
Considera que o financiamento da Câmara para o orçamento de Lordelo é suficiente para o que necessita e gostaria de fazer na freguesia?
O financiamento da Câmara nunca será suficiente para os nossos anseios. Teremos de ser conscientes, apesar de ambiciosos, de que os orçamentos camarários também são limitados e a sua distribuição terá de ser por um largo número de freguesias. Também é bom que se realce que, em termos de grandes investimentos, nós juntas, não temos capacidade para gerir por falta de meios técnicos e humanos, por isso, a Câmara lidera muito bem todo esse processo.
📸 GA!
Parece-lhe que Lordelo têm tido o interesse e investimento apropriado por parte da Câmara e da população?
Não só me parece, como estou convicto de que a Câmara tem um olhar atento por Lordelo, e o investimento terá de ser maior. A Câmara tem plena consciência de que é um território, uma grande Vila, com enorme potencial, com enormes carências, e que os grandes projectos vão acabar por surgir com naturalidade. São lutas de mais de 20 anos e que, só agora, com esta liderança Camarária e Junta, se começa a ver luz no início do túnel.
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