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Domingo, Novembro 24, 2024
Miguel Leite
Miguel Leite
Natural de Guimarães, fisioterapeuta licenciado, com mais de 10 anos de experiência profissional, tendo já tido várias experiências profissionais (meio hospitalar, clínica, ensino especial em escolas e meio desportivo/desporto de alta competição). É também pós graduado em fisiologia do exercício e fisioterapia cardiorrespiratória. Têm outras formações complementares relacionadas com a sua profissão. Faz parte dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, pertencendo desta forma ao atual corpo ativo da corporação vimaranense.

Instabilidade crónica do tornozelo em atletas

Os benefícios com a prática de exercício regular são imensos, e já foram inumerados várias vezes ao longo do tempo até aos dias de hoje, e certamente, continuaram a ser potenciados no futuro através de processos de investigação avançada.

No entanto, a participação contínua pode levar à ocorrência inerente e natural, de lesões agudas e crónicas do sistema músculo-esquelético. As lesões do foro músculo-esquelético, particularmente dos membros inferiores, causam incapacidade a curto prazo, interferem na prática diária de atividade física e estão associadas a distúrbios articulares a longo prazo.

Reduzir o impacto destas alterações agudas e crónicas na prática desportiva (independentemente do nível praticado) é, portanto, um dos objetivos fundamentais na prevenção destes eventos que assombram milhares de atletas nos quatro cantos do planeta.

Quantificar os efeitos destas lesões é importante e necessário para identificar grupos de risco ou de maior exposição à lesão; para analisar os efeitos dos programas de prevenção e reabilitação e para justificar a necessidade de uma pesquisa contínua.

A ocorrência de uma entorse aguda do tornozelo é uma das lesões mais comuns do sistema músculo-esquelético e apresenta uma alta incidência em indivíduos fisicamente ativos. A prevalência de uma entorse aguda do tornozelo e possibilidade de consequentes recidivas, acarreta muitas vezes a possibilidade de vir a dar origem a uma instabilidade crónica do mesmo.

Múltiplos e recorrentes entorses do tornozelo não tratados convenientemente, encaminham para um “precipício” sem fim à vista no que diz respeito a uma instabilidade articular permanente do pé, com um aumento da hiperlaxidez ligamentar e instabilidade crónica, que muitas vezes acaba com indicação cirúrgica e diminuição a longo prazo da qualidade de vida do indivíduo, começando pelas limitações que pode proporcionar para a prática desportiva de carácter permanente.

A entorse do tornozelo caracteriza-se por uma sobrecarga mecânica induzida numa fase inicial às estruturas ligamentares, onde estas sofrem modificações decorrentes da energia que lhes é imposta por um determinado estimulo intrínseco ou extrínseco. Sabendo que existem 3 tipos de entorse do tornozelo, o designado como entorse do compartimento lateral (movimentos de flexão plantar + inversão do pé) é o mais comum, sendo que estudos mais recentes mencionam que neste tipo especifico, em 73% dos casos o ligamento perónio astragalino anterior é o mais atingido.

Num país como os Estados Unidos da América, cerca de 2 milhões de cidadãos sofrem pelo menos uma lesão do tornozelo por ano.

Podemos considerar uma espécie de “flagelo” quando verificamos alguma investigação científica recente (últimos 5 anos), em que, por exemplo, num país como os Estados Unidos da América, cerca de 2 milhões de cidadãos sofrem pelo menos uma lesão do tornozelo por ano, sendo estes os que recorrem ao meio hospitalar, para não mencionar outros tantos que no comum do seu dia a dia ao terem uma lesão destas ou recorrem a outros locais de tratamento ou simplesmente tratam-se no seu domicilio, e como tal, os dados não são quantificados.

Sem dúvida que esta lesão especifica do tornozelo tem maior probabilidade de ocorrer durante a prática desportiva, no entanto, em atividades de vida diária do indivíduo mais sedentário que possa eventualmente existir a mesma também surge, e muitas vezes em ações simples como subir ou descer um passeio.

É fundamental implementar protocolos preventivos de atuação na formação desportiva dos jovens, nas demais modalidades desportivas; sensibilizar as equipas técnicas na tentativa de inserir na programação semanal de treino um conjunto de estratégias para minimizar a ocorrência destas lesões e apresentar um plano de investimento de material junto dos setores administrativos das mais diversas instituições desportivas, para que direcionem verbas para os departamentos de saúde de forma progressiva.

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