Nos 900 anos da sua investidura, em Zamora (1125) D. Afonso Henriques, continua a ser falado, facto que evidencia que ele não foi apenas mais um Rei mas o fundador de uma Nação, ao qual emprestou, também, a sua inteligência e visão, para além do seu espírito de guerreiro.
O colóquio internacional ‘Gestualidade Feudal’, o primeiro das comemorações dos 900 anos que se vão comemorar para lembrar e conhecer melhor 1128 e “a primeira tarde portuguesa”, realizou-se na Sociedade Martins Sarmento, no último fim-de-semana.
Reuniu investigadores de Portugal e Espanha para reflectir sobre as origens da monarquia portuguesa e o tempo medieval, “um dos mais importantes lugares do pensamento, cultura e ciência de Guimarães”, no entender da vereadora da Cultura, da Câmara Municipal, entidade que promove e patrocina o evento e que tem o apoio de várias instituições científicas e académicas, integrado nas Comemorações dos 900 Anos da Batalha de São Mamede (1128–2028).

Isabel Ferreira deu conta do significado profundo da temática, um momento histórico, mas também de investigação, rigor e curiosidade, que caracterizam a cidade.
“É um gesto de conhecimento e projecção colectiva, que convida a revisitar o momento fundador da nacionalidade à luz da investigação contemporânea.”
“Este colóquio internacional sobre Gestualidade Feudal inscreve-se num programa que não é apenas educativo. É um gesto de conhecimento e projecção colectiva, que convida a revisitar o momento fundador da nacionalidade à luz da investigação contemporânea”, salientou.
Neste colóquio, foi acentuado o significado simbólico e político da investidura a cavaleiro do jovem D. Afonso Henriques, celebrada em Zamora no Pentecostes de 1125, como rito de passagem e momento de afirmação de legitimidade régia.
José Augusto Sottomayor-Pizarro, da comissão organizadora, evidenciou a relevância do evento para aprofundar o conhecimento sobre D. Afonso Henriques e o seu percurso inicial, explicando como a investidura de 1125 marcou a entrada do jovem infante na vida pública e a assunção de responsabilidades que lhe permitiram afirmar legitimidade e autoridade política. Destacou também a importância de iniciativas deste tipo para contextualizar historicamente os actos fundadores do Estado português e contribuir para o estudo científico da monarquia medieval.
Luís Carlos Amaral, um dos coordenadores da comissão científica das comemorações, explicou que o estudo da gestualidade feudal enquanto rito de passagem, reflectindo sobre como a investidura do jovem infante abriu caminho à consolidação do poder político, que culminaria na independência de Portugal.
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