Campos electromagnéticos – reflexos na saúde
Apesar de invisíveis ao olho humano, no ambiente em que vivemos há campos electromagnéticos por todo o lado – de origem natural e artificial. Os campos eléctricos são produzidos pela acumulação de cargas eléctricas em certas zonas da atmosfera por causa das trovoadas; quanto ao campo magnético terrestre, este provoca a orientação das agulhas das bússolas e os pássaros e os peixes utilizam-no na sua orientação – estas são as fontes naturais dos campos eléctrico e magnético. Quanto às fontes artificiais geradas pelo homem – e que também constam deste espectro – integram, a electricidade da corrente, que gera campos de frequência baixa, e outros tipos de onda, como onda rádio utilizada para transmitir informação quer seja por antenas de televisão, de telemóvel, estações de rádio, de frequência alta. A exposição a estes campos não é um fenómeno recente. No entanto no século XX tem vindo a aumentar de forma acelerada e continuada, resultado do progresso da electricidade, tecnologias, assim como das alterações nos hábitos sociais – hoje estamos expostos a muitas fontes artificiais de campos electromagnéticos. Apesar do organismo dispor de mecanismos próprios que lhe permitem adaptar-se e ajustar-se às mais variadas influencias do meio que o envolve, ao longo dos últimos anos têem-se levantado muitas dúvidas quanto aos efeitos nefastos para a saúde de fontes de campos electromagnéticos como postes e linhas de alta tensão, fornos micro ondas, radares, telemóveis e respectivas antenas, etc. Muitas patologias têm vindo a ser associadas à poluição electromagnética, como dores de cabeça, fadiga, insónias, cataratas, dificuldades de concentração, depressões, e neste sentido tem sido realizada muita investigação nesta área. Muitos estudos têm associado a exposição a campos electromagnéticos e o risco de leucemia, principalmente infantil (conclusão de estudos de vários investigadores publicadas no British Journal of Cancer, 2000; conclusões de grupos de estudo do National Radiological Protection Board, 2001, entre outros). Em 2002 a Agência Internacional de Investigação do Cancro publicou uma monografia na qual os campos electromagnéticos são classificados como possivelmente carcinogenicos para humanos; foi baseada na análise de dados de estudos epidemiologicos que demonstram um padrão consistente no aumento de duas vezes na leucemia infantil, associado a uma exposição média residencial, a campos magnéticos na frequência da rede, acima de 0,3 a 0,4 micro Tesla. A Organização Mundial de Saúde concluiu que estudos adicionais desde essa data, não modificaram esta classificação. Outros estudos estabeleceram relação directa entre exposição a campos electromagnéticos, assim como as interferências com o campo magnético natural terrestre, à diminuição da resistência do sistema imunológico – tornando-nos mais vulneráveis a determinadas doenças. Face a este quadro, alguns países têm vindo a adoptar medidas no sentido da proibição da implantação de antenas na proximidade de locais sensíveis – como escolas, hospitais, ou zonas habitacionais. Em caso de necessidade extrema solicita-se às operadoras para implementarem nesses locais uma radiação mais fraca possível. Recentemente, numa conferência no Museu de Serralves, o médico patologista Sobrinho Simões declarava que, sendo um homem de ciência não se pronunciaria sobre ondas invisívieis, mas que na maioria dos cadáveres que disseca constata que os tumores se localizam sobretudo do lado direito do cérebro (a respeito da utilização de telemóveis). Acrescentou ainda que, não usa telemóvel. Neste momento a suspensão da implementação de sistemas de micro ondas 5G foi levantada em Bruxelas, Florença, vários municípios de Roma, várias cidades na Suíça, na Holanda e na Rússia. Sobre estas micro ondas cerca de 2000 cientistas e 1400 médicos de todo o mundo já denunciaram a ameaça directa à saúde humana, animal (veja-se a morte de pássaros quando expostos a esta radiação), e vegetal que sujeitos, sobretudo nas áreas urbanas a elevadas e involuntárias doses de exposição à poluição electromagnética. Sabemos que para a implementação deste sistema terão de aumentar o sinal de forma exponencial (imaginem os danos sobretudo nas crianças cujo cérebro ainda está em formação). Esta tomada de consciência dos efeitos nefastos da implementação deste sistema dito “avançado” é urgente para a prevenção e protecção dos cidadãos à exposição ao elevado perigo de uma tecnologia não testada e cujas repercussões na saúde e bem estar não têm precedentes. Sabendo que a Organização Mundial de Saúde estima que 3% da população mundial sofre de hipersensibilidade electromagnética e face aos alertas da comunidade médica e científica internacional teremos de reflectir se queremos ou não a implementação deste sistema na nossa cidade – antes que seja demasiado tarde.
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