O membro da mesa da assembleia da união de freguesias denuncia atitudes criminosas por parte do executivo da junta, relacionadas com o processo de desagregação das três freguesias.
Em declarações ao Guimarães, agora! e numa publicação do facebook, Eduardo Fernandes, ex-presidente da Juventude Social-Democrata do concelho, denunciou o que terá decorrido na última assembleia de freguesia de Souto São Salvador, Souto Santa Maria e Gondomar.
Começa por explicar que “a 24 de Junho de 2022, o executivo da junta de freguesia aprova o início do processo de desagregação/criação de três novas freguesias”. No início do mês seguinte, “a 6 de Julho a assembleia de freguesia ratifica essa decisão e, portanto, está iniciado o processo”. Eduardo relata que “de Julho até 21 de Novembro mais nenhuma notícia tivemos sobre este processo tendo sempre sido questionado em assembleia de freguesia e mesmo individualmente, aos membros do executivo”.
Continua, frisando que a data limite de entrega do processo era dia 21 de Novembro, e que no dia seguinte ele próprio ligou à Câmara Municipal: “No dia 22 de Novembro de 2022, eu próprio liguei para a Câmara Municipal (…) O presidente da Junta de Freguesia, pelo que me disseram, tinha efectivamente feito este contacto em Junho ou Julho de 2022, mas, até à data de 22 de Novembro, mais nada tinha sido pedido à Câmara Municipal relativamente ao processo de desagregação das freguesias”, lê-se na publicação do facebook.
No que diz respeito à assembleia de freguesia, Eduardo Fernandes conta que a mesma foi marcada “no dia 24 de Novembro, às 22h30” através de email que convocava “uma assembleia de freguesia extraordinária a realizar no dia 28 de Novembro de 2022”. Acrescenta que esse email “não se fazia acompanhar de nenhum documento” e que os mesmos “foram recebidos no dia 28 de Novembro de 2022, à 00h33”, dia para o qual a assembleia estava marcada.
Na segunda-feira, dia 28, na assembleia de freguesia de Souto São Salvador, Souto Santa Maria e Gondomar, “todos os presentes votaram a favor da criação das três novas freguesias”. Segundo Eduardo, o executivo “admitiu a culpa e ter falhado com os prazos”. Para o jovem, “o mais grave” é o que se sucedeu em que, alegadamente, foi pedido a “toda a gente do público para sair, que a assembleia estava terminada”. “No final, fomos surpreendidos pelo sr. José Luís Cardoso Ribeiro que nos disse que teríamos que assinar uma declaração para acompanhar o processo”, conta.
O ex-presidente da JSD expressa que achou “estranho” pois “o único documento pedido é a ata da assembleia extraordinária”. Alega que o presidente da mesa leu o documento em voz alta, “mas não leu a data”. Segundo Eduardo Fernandes e as fotos que nos foram fornecidas do documento recuperado, a data da declaração é de 20 de Novembro, isto é, um dia antes da data limite de entrega do processo.
“Tentando, pelo contrário, incentivar todos os presentes a assinar um documento com uma data errada”.
“Quando questionado sobre a data, nunca disse que a mesma estava errada tentando, pelo contrário, incentivar todos os presentes a assinar um documento com uma data errada, não sabendo nós sequer qual o efeito ou utilidade desta mesma declaração”, descreve o jovem na publicação do facebook. Continua, relatando que o presidente da mesa, “percebendo que não ia conseguir a assinatura dos membros do PSD na assembleia de freguesia, tentou destruir o documento”.
“Para além disto ser criminoso, mostra, mais uma vez, a falta de vontade do executivo e dos membros do PS em desagregar as nossas freguesias”, conclui. Eduardo Fernandes acredita que esta atitude por parte do executivo da união de freguesias poderá ter repercussões legais perante o Ministério Público.
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