Victor Hugo Salgado, presidente da comissão política distrital e actual presidente da Câmara Municipal de Vizela, desfez o movimento que o levou a ser eleito como representante socialista no distrito.
E fê-lo de uma forma simples, impondo, uma lista pouco consensual, “um fato à medida” segundo um conselheiro que esteve na reunião, reeditando velhas alianças com Braga (e contra Guimarães), colocando Paulo Lopes Silva (candidato do PS local) em 5º lugar, abaixo do lugar que coube ao deputado de Braga (3º) e Vizela (4º). E representante da maior concelhia do país.
O resultado foi uma rejeição da lista: 31 votos a favor das concelhias de Braga, Vizela, Póvoa de Lanhoso e Vila Nova de Famalicão; e 38 contra das concelhias de Guimarães (tinha 21 delegados num universo de 71, ontem, na reunião que iria aprovar a lista) Fafe, Cabeceiras de Basto e Barcelos.
“Foi logo à primeira que nos fez uma rasteira e se esqueceu de Guimarães.”
Se Victor Hugo Salgado pisou linhas vermelhas que o levaram à sua eleição com o apoio forte de Guimarães (com o manto de Ricardo Costa e o véu de Sérgio Castro Rocha), o seu lugar não estando totalmente em perigo, a verdade é que o autarca de Vizela sai bastante machucado e fragilizado de uma contenda que liderou por conta própria. Havia já sinais no secretariado de que a lista não seria consensual. “Foi logo à primeira que nos fez uma rasteira e se esqueceu de Guimarães” – disse o mesmo conselheiro.
Isabel Estrada Carvalhais era a nº 1, Hernâni Loureiro (próximo de Pedro Nuno Santos) o nº 2 e depois Pedro Sousa (Braga) em 3º, Irene Costa (Vizela) em 4º, Paulo Lopes Silva (Guimarães) 5º, Jorge Costa (Vila Nova de Famalicão) 6º, Vânia Cruz (Vieira do Minho e Mulheres Socialistas) em 7º, Gilberto Anjos (Póvoa de Lanhoso e actual deputado) 8º, Isabel Costa (JS Barcelos) 9º, Pompeu Martins (Fafe) 10º e Diana Silva (Guimarães) está em 17º.
Em defesa de um lugar mais nobre na lista do seu candidato, a concelhia de Guimarães acabou por liderar um movimento de contestação à ordenação dos candidatos, com uma proposta que apenas colocava Paulo Lopes Silva em 2º, à frente de Braga e Vizela, não alterando a possível elegibilidade dos que ficariam abaixo de si.

Victor Hugo Salgado não percebeu esta matemática e agora já nem o apoio tem do seu fervoroso adepto – Sérgio Castro Rocha e o seu séquito – que com os delegados de Guimarães votaram todos contra a lista, na defesa de um lugar mais digno numa lista elaborada com parâmetros pouco claros e apresentados à última hora, como facto consumado.
Hoje à noite, a comissão política nacional e Pedro Nuno Santos vão ter de optar por uma lista que dignifique a concelhia vimaranense, apoiada por outros concelhos ou se segue na onda da velha ordem de representação distrital sem olhar a votos e poder representativo.
Este episódio, levará por certo a que o PS Guimarães e os seus responsáveis façam uma avaliação sobre alianças recentes no contexto regional e se vale a pena ir a casamentos (políticos) só para aparecer na fotografia.
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