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Sexta-feira, Abril 25, 2025

Património: restauro do Padrão Dom João I estimado em 30 mil euros

Economia

A recuperação do Padrão Dom João I vai custar 30 mil euros, a repartir, em partes iguais, por três entidades: o Património Cultural, I.P., o Município de Guimarães e a Fundação Batalha de Aljubarrota, num valor solidário de 10 mil euros a cada um.

Num protocolo assinado e já ratificado pela Câmara Municipal, a responsabilidade do Município abrange o procedimento de contratação pública da obra a executar, o registo documental e fotográfico cuidado das peças, informação que deverá ser entregue à Fundação Batalha de Aljubarrota. Outros encargos que resultarem da execução do projecto serão repartidos pelas mesmas entidades.

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Na cerimónia que trouxe a Guimarães dois Ministros, um Secretário de Estado e o presidente de um instituto público representando o Estado foram assinados dois protocolos: o já referido para o restauro do Padrão Dom João I e o que estabelece a cooperação para a protecção, a preservação e a valorização do património municipal. 

Também ficou a promessa da Ministra da Cultura para a atribuição de um apoio anual fixo de 300 mil euros para as actividades do CIAJG – Centro Internacional das Artes José de Guimarães que o Município tem vindo a reclamar dos governos do país após 2012.

O presidente da Câmara Municipal acentuou que, em Guimarães, “temos sabido cuidar bem do nosso Património Cultural” – uma afirmação que vem depois de ter lembrado ao Ministro da Defesa, Nuno Melo, à Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, a Rui Armindo Freitas, Secretário de Estado Adjunto da Presidência, João Soalheiro, Presidente do Conselho Directivo do Património Cultural, e António Ramalho, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Batalha de Aljubarrota, todo o processo de classificação de parte do território da cidade como património mundial.

“Um trabalho de persistência de equipas técnicas da Câmara e de entidades da Cultura, envolvidas, todos, no que parecia impossível conseguirmos” – sublinhou Domingos Bragança.

Recordou o renascimento e reconhecimento da zona de Couros, “onde estava o povo, na Idade Média, onde depois se tratavam os curtumes, uma zona insalubre, que foi sendo reabilitada progressivamente”.

E acentuou o “consenso geral” que permitiu a recuperação deste património “ao longo de gerações” e o facto de “todos estarmos de acordo sobre o que é uma área cultural” da cidade.

Sobre a rua Dom João I – também recuperada recentemente – e “por onde o Rei passou para cumprir a sua promessa à Senhora da Oliveira”, o presidente da Câmara percebe que “de vez em quando há alguns incidentes, como aquele que derrubou o Padrão que assinala o facto histórico sobre a Batalha de Aljubarrota”.

Feitas as contas com a história, Domingos Bragança foi ao concreto: o da assinatura dos protocolos que permitem a recuperação do Padrão e o de uma primeira solução para as obras que são necessárias para não deixar degradar pelo tempo a igreja de Santa Marinha da Costa que vai ter uma intervenção mais urgente paga com dinheiros do Fundo de Salvaguarda do Património Cultural.

Dois monumentos que se encontram entre “o conjunto edificado que faz o nosso património, à volta de mais de um milhar de edifícios, num conjunto patrimonial onde é necessário continuar a investir” – salientou o presidente da edilidade.

“A Igreja da Costa, está em degradação há 10 anos” – esclareceu. E recordou, também, que “a solução para a conter, foi passando de uns para os outros”, apesar de todos saberem que “este bem do património classificado precisava de uma intervenção urgente e profunda, requalificando o que está estragado, ao lado de uma Pousada de enorme qualidade”.

Sublinhou que “percebemos que o momento da sua conservação está a chegar, de que esta será a primeira fase e a Câmara cumprirá o que está definido”.

João Soalheiro, referiu-se ao caderno de encargos que “me foi imposto”, uma missão de “fazer tudo o que for possível por preservar o património”, afinal, “o nosso chão comum, o nosso abrigo, que é uma obrigação institucional”.

Realçou “a preocupação da edilidade – partilhada pela vereadora do Urbanismo, Ana Cotter que permitiu a constituição de equipas técnicas mistas para preservar o património cultural”, João Soalheiro também entrou na recordação da história sobre o Mosteiro da Costa, citando Dom Sancho I – filho de D. Afonso Henriques – à volta do qual se ergueu “uma comunidade que o meu pai muito amava” – como ele disse ao então Mordomo Mor – uma figura igual à do Primeiro-Ministro de hoje.

E deu “a sua palavra de honra que vamos resolver o problema do Mosteiro da Costa” ao mesmo tempo que demonstrava o desejo de “pôr o despacho na decisão de fazer das Nicolinas Património Mundial”.

E o primeiro passo, já foi dado: há uma verba de 30 mil euros disponível para uma primeira intervenção, num processo que Ana Cotter vai acompanhar, pela informação que recebeu do processo administrativo desta decisão.

“Os vimaranenses estão sempre no epicentro das preocupações do Património Cultural.”

João Soalheiro afirmou com alguma emoção que “Guimarães merece tudo dos portugueses e os vimaranenses estão sempre no epicentro das preocupações do Património Cultural”.

A Fundação Batalha de Aljubarrota, a que preside António Ramalho, também se envolverá no processo da recuperação do Padrão da rua Dom João I, evocando factos históricos para esta participação, nomeadamente “o de que em Guimarães também se comemora a Batalha de Aljubarrota” – uma evidência “da humildade do Rei que venceu uma Batalha” bem expressa no Padrão do Salado, na área da Igreja da Oliveira.

Para a Ministra da Cultura, “a estratégia de agir em todo o país – em parcerias com as Câmaras Municipais – marca o nosso compromisso de garantir o acesso a bens e valores culturais”

“Preservar o ouro do nosso património deve marcar a nossa acção.”

Dalila Rodrigues entende que “o património é o testemunho da nossa história e um imperativo do princípio de agentes culturais”, pois, “preservar o ouro do nosso património deve marcar a nossa acção”.

Destacou o Padrão Dom João I como um exemplar da arquitectura quinhentista, marca de “um episódio histórico de Portugal” que figura no Património Cultural da UNESCO, desde 2001.

Sublinhou também o papel do Ministro da Defesa como “adepto da defesa do Património Cultural”. E de Rui Armindo Freitas, Secretário de Estado e Ricardo Araújo, deputado, que “não me deram um minuto de sossego para resolver este assunto” – uma nota subtil com ‘cheirinho’ a campanha eleitoral que não agradou a todos.

Neste “dia particularmente feliz” Dalila Rodrigues, também, recordou o seu estatuto de “filha da terra” por ter estudado a colecção do Museu de Alberto Sampaio, no tempo que passou em Guimarães.

Registou depois destes momentos de “afectos” que ficará ainda registado e sinalizado o apoio que será dado ao CIAJG tal como o Estado tem dado à Fundação de Serralves, Casa da Música e Centro Cultural de Belém, no pós Capitais Europeias da Cultura de Lisboa e Porto.

Enquanto Domingos Bragança, seguia para Lisboa, a comitiva governamental seguiu acompanhada dos vereadores Paulo Lopes Silva e Ana Cotter para a Igreja da Costa e depois para o CIAJG onde perceberam melhor o valor daqueles equipamentos e da sua importância no património e cultura locais.

Um almoço juntou Nuno Melo e Dalila Rodrigues com as forças locais da AD a que se seguiu um encontro particular com agentes culturais de Guimarães. 

Foto © Paulo Pacheco

© 2025 Guimarães, agora!


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