A primeira iniciativa do roteiro do Livro Insubmisso, promovido pela Direcção da Organização Regional de Braga do PCP, realizou-se em Guimarães, na Biblioteca Raul Brandão.
A iniciativa vai realizar-se em Fafe, Braga, Famalicão, Esposende e Barcelos, até Junho de 2024. Divulgar obras que falam da resistência ao fascismo, da revolução de Abril, da luta do PCP e das mudanças do mundo em que vivemos é o objectivo deste roteiro sobre o Livro Insubmisso.
O roteiro arrancou com a apresentação pública da edição comemorativa do centenário do livro ‘Os Pescadores’ de Raul Brandão, da editora Página a Página.
Rui Mota, da editora Página a Página, João Delgado, autor do prefácio e presidente da Mútua dos Pescadores, e Simão Fernandes, do comité central do PCP, foram os apresentadores da obra.
Rui Mota enquadrou os objectivos da editora na publicação desta obra, nomeadamente contribuir para a promoção da leitura do autor, cujas obras constituem relativos vivos da dureza da vida do povo e dos trabalhadores e da força das camadas populares. Segundo Rui Mota, esta obra é um retrato da gente do mar, da sua vida e da sua faina, da autoria de um grande pintor em prosa com profunda ligação a Guimarães.
O autor do prefácio, João Delgado, realçou o sentido de oportunidade desta edição especial também porque a realidade impõe que se discuta a importância do sector das pescas no nosso país. Citando vários exemplos concretos, João Delgado referiu que desde 1986, o ano de adesão de Portugal à então CEE, o sector das pescas passou de 41 mil postos de trabalho directos para apenas 14 mil actualmente.
Caracterizando ‘Os Pescadores’ como uma obra quase cinematográfica, cuja leitura permite “sentir o odor do pescado e a dureza da vida das comunidades piscatórias”, João Delgado lembrou que Raul Brandão conhecia bem esta realidade e que chegou mesmo a perder um avô em alto mar na pesca.
No fecho da apresentação, Simão Fernandes destacou a ligação entre a obra de Raul Brandão e os 50 anos da revolução do 25 de Abril, sublinhado a distância temporal entre a publicação da obra e a revolução, ao mesmo tempo que esta carrega muitos dos valores e ideais de Abril. “Hoje como há cem anos, não importa mudar os exploradores, mas sim acabar com a exploração, lutar por essa terra sem amos” concluiu.
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