Uma delegação da CDU foi recebida pela CIM do Ave. Este encontro teve lugar após ter sido aprovada a proposta da CDU que reclama a concretização de um Título Único Intermodal de Transporte para os territórios da CIM do Cávado e da CIM do Ave, abrangendo também a área metropolitana do Porto, nas assembleias municipais de Guimarães, Braga, Vila Nova de Famalicão e Fafe.
Na opinião da CDU, só criando condições vantajosas é que as pessoas podem reduzir a utilização do transporte particular. O PART – Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos, iniciado em 2019, levou a um aumento global de passageiros nos transportes públicos e teve um impacto significativo no financiamento do sistema de transportes, na poupança das famílias e na simplificação dos sistemas tarifários, atraindo assim novos passageiros para o transporte público colectivo, argumenta a coligação.
Segundo os comunistas, este encontro permitiu aprofundar o conhecimento sobre o trabalho realizado pela CIM do Ave na aplicação do PART e os seus impactos na oferta de transportes. As preocupações acerca do insuficiente financiamento da oferta de transportes estiveram em cima da mesa perante a previsão de deficit para o pagamento da operação actual no ano corrente e as estreitas limitações orçamentais que condicionam a concretização da intermodalidade tarifária. A discriminação nos valores do financiamento via PART comparativamente com Lisboa e o Porto foi também referida, com a ilustração que apesar dos territórios da CIM do Ave corresponderam a 5% da população nacional apenas são atribuídos 2% das verbas disponíveis.
A delegação da CDU teve oportunidade de lembrar a proposta do PCP em sede de discussão do Orçamento do Estado para 2023 para reforço das verbas do PART e que mereceu a rejeição por parte do PS, PSD, Chega e IL. A necessidade do reforço da fiscalização da concessão foi outra das preocupações abordadas.
Relativamente à dimensão técnica da concretização da intermodalidade tarifária, foi transmitido que as condições estão criadas, faltando a decisão política que permita o correspondente reforço do financiamento. Na opinião da CDU, só a falta de vontade política explica que aquilo que a realidade vivida no Porto e em Lisboa, no que aos transportes públicos colectivos diz respeito, não se concretize na região de Braga e no resto do país.
A forma como tem vindo a decorrer a concessão AVE Mobilidade, que serve as populações de Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela, e que entrou em vigor no dia 1 de Dezembro de 2022, foi também objecto de troca de impressões. A delegação da CDU partilhou, ainda, queixas de utentes relativamente à falta de oferta. Relembrou também as queixas sobre as condições de trabalho e remunerações dos trabalhadores da concessionária Transdev.
A CDU insiste que respectivos presidentes das câmaras municipais e das CIM do Cávado e do Ave precisam empenhar-se, efectivamente, na concretização desta justa reivindicação das populações, mudando a postura passiva que, lamentavelmente, têm mantido ao longo do tempo. A coligação tem ainda previsto um encontro com a CIM do Cávado.
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